Todos os textos deste blog são de minha autoria, quaisquer textos, frases, ou expressões de qualquer outra pessoa, virão em itálico ou com créditos.

24 de dezembro de 2011

Não sei lidar.

Você não estará lá. Assim como não esteve no meu aniversário ou na minha colação de grau. Mas ainda assim eu irei te ver. Nas comidas típicas que nunca serão tão gostosas quanto as suas, na tristeza dos olhos de cada um que sente sua falta, nos sorrisos que se tornaram incompletos sem sua companhia. Eu não sei lidar com isso: a tua ausência, essa saudade. Com isso de ao passar na sua antiga rua ter os pés no automático caminhando para a casa que era tua e sentir os olhos encharcarem de uma tristeza tão doída ao lembrar que se eu tocar a campainha não será você quem virá me atender. Depois que você se foi tudo ficou uma bagunça. Todos nós perdemos o rumo. E por mais que como todos eu acorde pela manhã e tente seguir a vida, toda noite fica um vazio, um não saber o que fazer sem você por perto. E hoje seria o dia no qual eu passaria na sua casa, com um presente doce para você e com o peito reclamando o teu abraço e o nosso sorriso. Mas não terá visita ou abraço com sorriso, só uma saudade absurda banhada em lembranças do que nunca mais irá acontecer. Sabe mãe, hoje quando o relógio badalar meia-noite, em meio à comemoração de tantos, eu só conseguirei ouvir a tua ausência fazendo silêncio em todo lugar.

20 de dezembro de 2011

Conto de fadas.



Não existe príncipe encantado. Não importa quanto o busque, nunca irá encontrá-lo. Ele simplesmente não existe além das palavras que seguem o ‘era uma vez’. Procurá-lo é algo que trará apenas decepções, lágrimas e uma angustia doída sempre que a cabeça repousar sob o travesseiro. Homem encantado é fantasia. O que realmente existe é homem encantador. Aquele que sem esforço irá te agradar, naturalmente. Aquele que colocará um sorriso em seus lábios sem alarde, mas que quando você der por si se encontrará estampando um enorme sorriso bobo no rosto. Aquele que quando te encontrar irá observar seu decote e sua bunda, mas primordialmente te fitará os olhos. Aquele que não irá reparar no cabelo, na roupa, nas unhas, mas que irá notar suas sutis mudanças de humor, sua alegria, tristeza e principalmente sua TPM. Aquele que aprenderá seus traços e manias. Que enxergará seus defeitos e saberá que suas qualidades são bem maiores. Aquele que sairá para beber com os amigos, assistirá futebol aos domingos e mesmo assim saberá dar valor a uma tarde ao seu lado. Aquele que talvez não se lembre do aniversário de vocês, mas que não se esquecerá do sabor do seu suco predileto, rotina de toda manhã. Aquele que não fará declarações de amor ou ficará de pieguices românticas, mas que irá segurar sua mão ao passearem pelo shopping e te ligará antes de dormir desejando boa noite. Aquele que terá a vida dele deixando espaço para que você tenha a sua, apesar de sentir que o dia não foi completo até saber das suas coisas e compartilhar as próprias. Aquele que não chegará montado num cavalo branco com todo o glamour que você esperou, colocando brilho nos seus olhos, mas aquele que chegará sem que você note e que conquistará aos poucos sua admiração. E esse é o homem que deve ser procurado. Vestir alguém com ilusões de príncipes e esperar que este a faça feliz, fará com que se enxergue somente sapos no mundo. Enquanto isso, por trás de cada desilusão, se encontram vários seres humanos assim como você, cheio de defeitos e imperfeições, e com uma capacidade enorme de construir ao seu lado uma história bem melhor que um conto de fadas, uma história real.

12 de dezembro de 2011

Pare ou siga (comigo).

Isso. Faz assim. Vamos, uma lágrima é pouco. Roube-me dez, vinte, cem, mil. Destrua essa minha ilusão. Impeça-me de derrubar esse muro que me protege de sentimentos mais intensos, mais íntimos, mais perigosos. Faça com eu me recomponha, que não me derreta com as tuas recentes palavras doces sobre um sentir gentil que me fez querer sentir também. Não me deixe sentir. Vamos, freie-me. Ainda há tempo para impedir que eu entre num estado de amor por você. Permita somente esse sentimento que há outros foi similar. Que poderá ser desfeito igualmente, indolor. Faça com que eu recupere o plano original: nada de se apaixonar. Sentir complica, somos melhores simples. Quero que faças um sorriso nascer em mim, mas que este não se fixe em meus lábios sempre que uma lembrança de como você é incrível e bobo e meigo e amável se apoderar dos meus pensamentos. Mostre-me que você não é tão incrível assim, que você pode me machucar como os outros. Não faça com que eu me apaixone por você se você não quer se apaixonar de volta. Digo no sentido completo da palavra. Piegas e bem clichê. Se você não pretende segurar minha mão, falar com meus pais, dispor seu ombro amigo, me ligar no fim da noite para saber sobre o meu dia e contar o seu, por favor não me faça querer essas coisas. Eu não queria e você sabe. Não faça com que eu as deseje se não pretende me dar. Para de me olhar dessa forma e falar de sentimentos se você não está disposto a sentir inteiramente. Não estou te cobrando nada, pelo contrário, eu morro de medo de sentir. Então não tente fazer com que eu me esqueça dos meus receios se você tem algum do qual não vá abrir mão. Faz o seguinte: deixe-me seguir o plano original ou crie um junto comigo. Mas, por favor, não me deixe criar um sozinha.

4 de dezembro de 2011

Delírios tepeêmicos.

Capítulo I – Toda Paixão Morre.

- Que cara é essa?
- A única que eu tenho.
- TPM?
-Eu não to de TPM!!
- Tudo bem. Mas me diz: que cara é essa?
- Meu relacionamento acabou!
- Aham, tá bom!
- Sério. Eu te juro. Dessa vez acabou! Não dá mais certo!
- Ok. O que houve?
- Ele falou diferente comigo!
- Como assim diferente?
- Diferente, ué.
- Só isso?
- E tem mais. Tá tudo igual!
- Ué, mas ele não falou diferente com você?
- Não é isso, é que é muito tempo junto. Virou rotina. Tudo ficou igual. O beijo tá igual. Os dias estão iguais. Meus finais de semana são sempre iguais. Até o sexo tá igual! Tá tudo sem graça!
- Então muda. Renove. Experimenta outro jeito de beijar. Vai para outros lugares nos finais de semana. Compra uma lingerie nova e faz uma posição nova na cama. Sei lá!
- Tá, pode ser. Mas...
- Mas o que agora?
- Ah, não quero mudar!
- Aimeudeus!
- É que pensando bem eu acho que não é isso.
- Então o que é?
- Não sei. Esse é o problema. Não sei se quero mais ficar com ele. Sabe, eu nem penso mais em casar. Desisti. Nem sei se estaremos juntos amanhã, imagina no ano que vem. Tá vendo? Meu relacionamento acabou! ACABOU!
- Já entendi tudo.
- O que? Que a gente não se ama mais?
- Não. Que você está de TPM.
- E o que eu faço?
- Espera. Dentro de alguns dias isso passa. Foi a mesma coisa mês passado, lembra?
- Mas dessa vez é diferente!
- Sempre é. No mês seguinte também vai ser. E no outro. E no outro...

Dedicado a Sarah Ferreira.

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