Todos os textos deste blog são de minha autoria, quaisquer textos, frases, ou expressões de qualquer outra pessoa, virão em itálico ou com créditos.

27 de agosto de 2012

Vértices de um coração


Cresci, mudei e embora os fragmentos de sentimentos permaneçam em mim, meu coração não cabe mais nesse blog. Mudo de endereço para manter as palavras, que é como uma mania de me transbordar para não me afogar no tanto que há no esquerdo.

O sentimento mora aqui a agora: http://verticesdeumcoracao.blogspot.com.br/

23 de agosto de 2012

4 letras.



Quais são as palavras que descrevem o amor? O alfabeto dispõe um belo arsenal de 26 letras e muitas combinações, mas quando se trata dessas 4, nem todas as palavras são suficientes. O amor pede mais. Sempre mais. A inópia das palavras é dispensável. Eu te amo é pouco, quase nada. Vamos lá, prove. Então o amor passa a se tratar de atitudes. Ele é insaciável e minimalista. Pede detalhes. A rosa roubada, a ligação de boa noite, o bilhete no guardanapo. Não aprecia alarde, se alimenta de sussurros. Ao mesmo tempo em que é arrebatador se caracteriza pelo jeito manso e contradiz a razão. Não há nem migalhas de razão. Sufocante, faz a mão suar, o joelho tremer e o estomago remexer, feito doença. Mas há quem diga ser cura. Coloca sorriso em lábios e estrelas nos olhos. Não dá para entender. E nem poderia. Amor é para sentir e só.

4 de agosto de 2012

Tentando esquecer.

Faz sete noites que estou dormindo na casa dos meus pais. O perfume dele está impregnada nos lençóis, nos livros, no ar do meu apartamento. Eu não quero me lembrar. Semana passada entrei na academia decidida a fazer minhas roupas se tornarem grades demais para mim. Para ver se assim tomo coragem de doar todas as que ele me deu. Eu não quero me lembrar. Primeiro de

3 de julho de 2012

Você não sabe o que eu escondo num sorriso.

Desculpe-me o mau jeito, a culpa não é sua se quando me estende a mão eu ponho em prática meu direito de recusar. Acredito que não há a quem culpar se não ao mundo. Não é assim que se faz quando não se sabe como tanta amargura foi parar dentro do peito? Nem sempre foi assim, embora eu não me lembre de como era antes. Eu não sei sorrir. Digo, verdadeiramente. Sorriso falso todo mundo sabe dar, acredito que fiquei assim após receber uns desses. Você sabe diferenciar? É, também já fui assim. Agora me faço acreditar que nenhum é verdadeiro e não me machuco mais. É mais fácil e menos doloroso. Ou isso ou os tombos me deixaram calejada o suficiente para não sentir mais tanta dor. Você tem fé? Em que? Eu costumava ter fé em Deus, ou seja lá quem for aquele que nos criou. Hoje não tenho fé nem mesmo em mim.

2 de julho de 2012

E no consultório...


- Bom, doutor, eu não sei bem o que está acontecendo comigo. Tem hora que eu acho mesmo que é loucura, mas também pode ser principio de infarto. Meu braço não ficou dormente não, só que minhas pernas... Tem horas que eu nem sinto. E o coração acelera e acelera e acelera.

27 de junho de 2012

Estrela cadente.


Olha rápido. Aquele ponto de luz cruzando o céu tão célere. Contam ser uma estrela cadente e que um evento assim é raro. Por ser mais raro ainda presencia-lo, é concedido a quem o observa um pedido. Mas apenas um, então escolha bem. Eu já fiz o meu. É o mesmo que faço quando vejo horas iguais, ou quando um cílio cai. Não posso te contar, ele não se realiza se contamos. É, dizem isso também. Mas confesso que você faz parte dele. De cada pedacinho dele...

Como eu explico?.


Não sou uma vadia. Não dá para acreditar assim, né? Mas é verdade, eu nunca fiz isso com outros caras. Típico de vadia que quer bancar a boa moça, eu sei. Mas eu não soube como evitar o arrepio que percorreu meu corpo em resposta ao seu toque e entorpeceu os meus sentidos. Nossas roupas foram jogadas no chão antes que eu me desse conta. Quando percebi o rumo que as coisas estavam tomando, algo na minha cabeça gritou: “Hey, rápido demais! Rápido demais!”. Mas havia algo em seus olhos que seduzia até mesmo minha razão. Deixei de me importar se você me ligaria no dia seguinte ou se mudaria o seu número. O agora me bastava. Quem diria, nunca me fiz de momentos e aquele me dominou inteira. Seus lábios sussurraram um riso malicioso em meu ouvido e minhas unhas devolveram a carícia em suas costas. In-ten-sa-men-te. Li seus pensamentos através de seu corpo, que fez o meu dançar. “Pare!”, pediu um rastro da minha razão perdida. “Não pare!”, minha língua pronunciou um pouco antes de encontrar a sua mais uma vez. E agora ela não encontra palavras que expliquem que eu sou muito mais que uma noite. Veja só, sua mão na minha coxa foi excitante, mas viraria a minha cabeça se ela entrelaçasse a minha no cinema. Eu queria que você entendesse que a noite de ontem só aconteceu porque algo em você é especial para mim, de tal forma que quero te encontrar mais vezes na meia luz do seu quarto e na luz ofuscante do dia-a-dia.

E ai, topa?

10 de junho de 2012

Quase um ano.


"Publicar um texto é um jeito educado de dizer "me empresta seu peito porque a dor não tá cabendo só no meu."



Machuca, dói, dilacera, sufoca, despedaça. Ai você tenta fugir, mas não tem pra onde correr. O lugar que era porto-seguro se desfez. E não adianta chorar. O olho incha, as lágrimas secam e aquele buraco dentro de você continua te sugando tentando preencher o vazio. As pessoas se aproximam e dizem palavras para te consolar e você passa a sentir raiva delas. Das palavras que não ajudam quando seu maior desejo é que ajudasse. O que se faz com quem se vai, mas continua dentro de você? Como se lida com a saudade que não passa e desespera? Tem remédio pra essa dor que nasce não sei aonde e faz doer o corpo inteiro? Então a gente descobre que não tem. Falaram sobre o tempo, mas é mentira. O tempo não cura, não faz passar. O tempo passa, rápido, quase instantâneo, mas por dentro ainda dói como se tivesse acontecido ontem.

"Me cuesta abrir los ojos
y lo hago poco a poco,
pero no te encuentro cerca.
Me guardo tu recuerdo
como el mejor secreto,
que dulce fue tenerte dentro."

3 de abril de 2012

Quase sete.

Eu tinha resolvido que só te daria um “oi”, no máximo deixaria escapar um “tudo bem?”, mas com uma expressão de pressa na face, para não revelar que eu realmente gostaria de saber sobre você, fingir que era só por educação. Só que eu não aprendi ainda como controlar a língua, pulei o “oi”, o “tudo bem” e acrescentei a parte sobre tomarmos um café qualquer dia desses, “Qual o seu número mesmo? Toma o meu... Me liga!”. Desesperada. Você deve ter pensado isso, pensei. Mas quando cheguei em casa e ouvi seu recado na secretária eletrônica trocando o café por um jantar na sexta a noite concluí que talvez não tivesse falado com tanto desespero assim, ou que você deveria estar pior do que eu. Não ligo. Acho até que se a gente se aproximar poderemos encontrar alguma calma. Só que agora eu não tenho ideia de onde ela está. São quase sete e sete foi a hora que você disse vir me buscar. E eu ainda não escolhi um vestido, me deu dor de barriga e eu não encontro meus brincos. Tá calor. Eu fico estressada com calor e vi no jornal que hoje é o dia mais quente do ano. E se eu não conseguir controlar o estresse e cuspir umas palavras não muito gentis na sua cara? Eu to nervosa, não quero que você conheça esse meu lado logo de cara, se for assim o outro nem vai ter chance, eu sei. Quero vomitar. Minha unha quebrou e minha lixa foi brincar de se esconder junto com os meus brincos. E se eu te arranhar? Tem homem que gosta segundo a Carla, minha colega de trabalho. Mas eu tenho a impressão que arranha-lo no meio de uma conversa em que minhas mãos ficam inquietas demais para permanecerem no meu colo não era o que ela tinha em mente quando fez tal afirmação. Vou desmarcar. Minha avó tá doente, coitada, ou o voo do meu irmão atrasou e ele precisa que eu fique com meus sobrinhos porque a babá não pode ficar em cima da hora. Tudo bem, eu sei que é deselegante te ligar assim sendo quase quase sete e desmarcar não somente esse encontro, mas todos os outros que poderiam vir a existir. Encontrei um vestido preto no fundo do armário. Justo o suficiente para segurar os seios numa posição atraente, mas não ao ponto de marcar aquele pneuzinho que o chocolate da TPM passada me trouxe. O telefone toca e sua voz do outro lado me desnorteia. Você está chegando e eu ainda não encontrei meus brincos, minha unha pode amputar seu braço, meu estresse pode fazer você se arrepender do recado deixado na minha secretária eletrônica e seu tom de voz sedutor impediu qualquer desistência do encontro. Ai eu fico com medo. Porque quando eu encontrar a sua cara de homem, ouvir de novo sua voz de homem e perceber enquanto você me conta dos seus planos de homem que você é bem melhor que todos aqueles meninos com quem eu já saí eu posso gostar ainda mais de você, mas você descobrir que não pode gostar nem um pouquinho de mim. Achei os brincos no banheiro. Aproveitei para olhar no espelho e mandar a menina apavorada que refletia virar mulher, porque só mulheres merecem homens e eu tinha cansado dos meninos. Cortei as unhas e o risco de torná-lo um deficiente físico. Respirei fundo. Uma, duas, três vezes. Já eram sete e o interfone me contava que você estava lá em baixo. Tranquei os meus medos infantis em casa e desci com meu desejo adulto de te encontrar. Não tinha outro jeito, nenhum salto alto me colocaria à sua altura se eu não tivesse coragem suficiente para ignorar minhas paranoias e sair com você.

18 de março de 2012

Como cheguei aqui.

Eu não sei como cheguei aqui. Acho que fui guardando coisas demais. Guardei seu sorriso meigo, seu cheiro gostoso, a quentura das suas bochechas quando recebia um elogio. Sei lá, só sei mesmo que depois de um tempo passei a sentir teu abraço tão aconchegante quanto o meu coberto numa manhã chuvosa em que deveria levantar para trabalhar. O calor do seu corpo passou a me prender feito o coberto, nada fora dos seus braços me interessava mais. Quando eu te vi chorar pela primeira vez então menina, naquele romance bobo que você me convenceu com tua voz doce a assistir, despertou em mim um instinto protetor que até então eu desconhecia. Quis te cuidar, te aninhar com o cuidado de quem segura um objeto precioso de porcelana, com medo de quebrar. Aí pronto, os passos seguintes foram inevitáveis como um carro sem freio numa descida bem alta. No final tudo tinha perdido significativa importância, noites de sono só mesmo para sonhar contigo; comer, beber, até o futebol havia se tornado banal. Só me importava mesmo era te chamar de minha. E acho que foi assim que vim parar aqui, numa igreja, vestido como um pingüim e com as mãos suando como no nosso primeiro encontro. Naquele dia eu não tinha idéia que branco lhe caía tão bem e que um “sim” seria capaz me trazer tanta felicidade ao sair dos seus lábios.

31 de janeiro de 2012

Caminhos.

Foi depois de caminhar por algumas ruas e estradas que eu entendi a importância de cada passo. Comecei só, até que fui persuadida por uma caminhada à dois e então caí e por mais que eu procurasse, não achei uma mão que me ajudasse a levantar. Percebi que retomar uma caminhada solo seria no mínimo menos arriscado. Virando algumas esquinas encontrei caminhos doces que quiseram se unir ao meu e me deparei com uma vontade imensa de aceitar toda doçura que me era oferecida. Mas veja bem, abandonar a solidão que há tanto me acompanhava, por subidas e descidas, sem jamais me deixar na mão, era algo que merecia ser bem pensado e repensado e trepensado se possível. Um passo errado poderia me fazer cair outra vez e o arrependimento que segue uma queda é ainda mais dolorido que as feridas. Então aceitei somente a trajetória que me trazia segurança. Caí mais uma, duas, três, n vezes. Foi assim, pisando em falso e tropeçando que eu percebi que uma mudança no destino deve ser feita por algo que realmente mereça, algo que valha a queda, o peito ralado, os olhos encharcados. Só se deve mudar o curso quando o novo caminho lhe despertar muito mais que desejo ou segurança. Você sabe, desejos são passageiros, mundanos e a segurança é falha. Então eu descobri que eles estavam certos. Todos os poetas. Como disse a Tati B., tem que arrepiar cada centímetro do seu corpo e fazer você sentir o sangue bombear num ritmo charmoso. Caso contrário não vai valer, não vai dar certo. Pois só o que é capaz de lhe roubar o chão é capaz de lhe dar o impulso do vôo. Foi assim que eu descobri que são os caminhos que mais lhe despertam medo que devem ser seguidos. São as sensações mais assustadoramente encantadoras que vão lhe trazer um sorriso quando tua face estiver molhada. Desse modo eu passei a não somente entender, mas seguir fielmente o Caio: olhe os caminhos, o que tiver mais coração, siga!

18 de janeiro de 2012

Aposta.


O melhor de tudo – não há dúvidas – são os detalhes. Esses momentos simples nos quais suas mãos brincam com meus cabelos e meus dedos acariciam seu rosto, contornando cada traço seu. A forma com a qual teus olhos me fitam quando distraída com a TV eu te pego olhando para mim. Os suspiros leves que me escapam ao encontrar conforto no teu peito. São essas minúcias de momentos nossos que ao repousar a cabeça sobre o travesseiro invadem com felicidade os meus lábios. É a essência das coisas mais banais que fazemos quando juntos que me fazem desejar parar o tempo quando o relógio alerta a hora de ir embora. Notei esses dias quando você preparava nosso lanche, que você caí bem na minha cozinha, e que não ligaria te encontrar lá manhã, depois e sempre. Mesmo que eu prefira viver um dia de cada vez, como você sugeriu, confesso cair na tentação de vez ou outra fantasiar um futuro de nós dois. Eu não te contei, mas tenho adorado seguir esse caminho em que seus dedos se entrelaçam com os meus. E todas essas palavras desconexas são de certa forma um jeito de dizer que tenho apostado em nós, de um modo que nunca imaginei que fosse me permitir. Já não sei se acerto ou erro feio, mas quando você me sorri sem jeito se fazem seus os meus sentimentos mais bonitos.

8 de janeiro de 2012

Não há mais volta.

Eu não sei como funciona essa coisa de despedida. Nunca me importei, nunca me despedi. Mas há algo bom em você que desperta algo bom em mim, e eu não queria magoar alguém que me fez tão bem. Deste modo, resolvi que você merecia alguma explicação. Eu não tenho motivo nenhum para acreditar em amor, eternidade, sinceridade. Nunca encontrei uma provinha se quer de que existe mesmo esse lado bonito e bom em amar. Não consigo acreditar no afeto superficial que vejo em mãos dadas desses tantos casais que encontramos em toda esquina. Sempre acho que por trás dos dedos entrelaçados ele trai a confiança dela na cama de outra ou que ela o engana matando aula de inglês para encontrar os lábios de outros. Eu vi tanta mentira que não consigo mais ver verdade. Então quando você diz assim todo meigo que me ama eu imagino quantas já não se encantaram com esse brilhinho nos seus olhos, e que eu não sei ser como elas, mesmo que eu tente. E foi assim que eu decidi ir embora. Porque eu não acredito, não em você, mas nessa coisa de amar. E você merece alguém que acredite. Não estou indo embora porque eu me ache superior com a minha falta de fé. Mas porque você com toda essa fé é mil vezes melhor que eu. Sabe toda a felicidade na qual eu não acredito? Eu quero muito que venha existir para você. Nunca deixe de sentir, uma vez nesse caminho não há mais volta.

Um beijo doce,
se cuida.

5 de janeiro de 2012

Depois do Sid.

Eu tentei me reinventar, para se, ao acaso, te encontrasse pela rua. Dizer que conheci alguém novo naquela boate que você sempre se recusava ir e que as coisas caminhavam para algo mais sério, talvez. Isso de tentar mostrar que eu segui sem você e que tudo andava muito bem obrigada. Só não poderia confessar que desde a nossa última noite eu me encontrava jogada no sofá, chorando com qualquer pequena cena romântica que passasse na TV. É tudo que me lembro além do gosto amargo da vodka toda manhã. Mas então me toquei que para te encontrar eu primeiro teria que sair de casa, o que não fazia a um tempo considerável. Uma amiga veio tentar me salvar do melodrama do nosso fim antes que eu me afogasse em tantos lenços de papel. Eu disse que precisava de você. Ela disse que eu precisava de luz e um pente. Abriu as cortinas e me trouxe um espelho. Não reconheci o reflexo. Mas até que ele estava melhor do que minha parte de dentro. Ela disse que era o álcool, o romantismo hollywoodiano e a minha queda em ser a coitadinha. Quis mandá-la para o mesmo lugar que mandei você quando me contou sobre a Carla. Você, Carla, ela e todo o mundo poderiam ir para lá. Mas ela me trouxe um café e a foto de um tal de Ricardo que estaria super interessado em mim. Ele parecia o Sid da “Era do Gelo”. Ela disse que apertando os olhos e com as luzes da boate eu o acharia parecido com o Tom Cruise. Foi aí que eu percebi que ela merecia ir para um lugar bem pior. Mas tenho que agradecer à ela, a você e a Carla. Depois do episódio do Sid eu tomei um banho e marquei hora no salão. Voltei a trabalhar, bani qualquer gota de álcool e passei a acordar todos os dias buscando ser mais bonita ao ponto de não precisar ficar com uma animação de um bicho preguiça, ter mais amor-próprio para não deixar que existam outras Carlas e ser mais inteligente para não me apaixonar por babacas como você.

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