Todos os textos deste blog são de minha autoria, quaisquer textos, frases, ou expressões de qualquer outra pessoa, virão em itálico ou com créditos.

27 de outubro de 2011

Vamos voltar ao começo?.




"Vim pra lhe encontrar, dizer que sinto muito. Você não sabe o quão amável você é.
Tenho que lhe achar, dizer que preciso de você. E te dizer que eu a escolhi.
Conte-me seus segredos, faça-me suas perguntas.
Oh, vamos voltar ao começo?"

Eu queria te proibir de sorrir dessa forma. Quando teus lábios se contraem espontaneamente renasce em mim todo aquele encantamento de tempos atrás. Sinto falta de causar tais sorrisos. Sinto falta de você. E você sabe. Todo mundo sabe. E eu sei que você prefere fingir não saber. Errei muito, você também, mas nosso maior erro está sendo permanecer separados. Não reclama da vida assim fazendo essa cara de choro, morro de vontade de cuidar de você. Deixa? Seria como nos velhos tempos. Desencana dessa história de nos limitar à amizade, você sabe que podemos ir muito além. Tens meu ombro à tua disposição, assim como o coração. Agora você poderia parar de cerimônia e aceitar. Esse teu argumento de que insistir em nós é errar de novo é desculpa para esconder que ainda me ama. Não há como saber se não tentarmos. O que passou, passou. Eu mudei. Você também. Embora continue extremamente sexy quando faz essa feição de indecisa. Está vendo, eu ainda consigo te fazer rir. O que mais precisamos se já temos amor e felicidade? Te peço um abraço e você nega. Não entendo porque evita maiores aproximações. Tem medo de não resistir? Você alega ser a inocente e eu o culpado. Acusa-me de segundas intenções. É verdade, mas minhas intenções não param nas segundas. Garanto que a primeira é te fazer feliz. Você vacila ao descruzar os braços que desde que eu cheguei agiam como armadura. Chego mais perto, te encaro e você desvia os olhos. É só um abraço. Se você quiser. Você cede. Senti falta disso: você entre meus braços. Você sussurra que também, mas em seguida se afasta. Não dá mais, você insiste. Eu digo que dá sim, basta você se permitir. Você diz que talvez não queira. Rio ao notar que continua sendo uma péssima mentirosa. Trago-te para mais perto e levo meus lábios a um centímetro dos seus. Prove-me que você não quer. Prometo ir embora se você se afastar. Caso contrário, trocaremos esse seu título de ex-namorada que convenhamos não combinar nem um pouco com você. Você não concorda nem discorda, apenas me beija. E eu não preciso de qualquer outra resposta.

25 de outubro de 2011

Por trás de um sorriso.

As feridas sangram e saram, mas as cicatrizes nunca nos deixam. E delas eu obtenho uma considerável coleção. Algumas ainda doem como se estivessem abertas, outras apenas latejam, entretanto todas, sem exceção, se tornaram aviso de alerta, um receio, uma não entrega. Lembrei-me esses dias de um amor adolescente e senti saudade. Senti falta do que se perdeu pelo caminho e deixou um vazio absurdo. Apesar de todas as coisas que de certa forma deixam lembranças banhadas em nostalgia, do que mais me dói a ausência é de mim. Do que era naquela época. Da entrega que não acontecerá mais. Da minha leveza e da doce inocência que irremediavelmente aos poucos foram ficando para traz. Umas das coisas que as cicatrizes melhor sabem fazer é modificar. Uma característica alterada aqui, um sonho perdido ali, um corte nas esperanças daqui, uns sorrisos desfigurados acolá. E você se torna irreconhecível. Eu me tornei. Certas vezes encontra-se pelo caminho alguém que reinvente um sorriso, mas trata-se de plástica superficial, se desfaz sem que demore muito tempo. A cicatriz profunda, a que reclama carícia em noites de chuva, não é exposta, portanto torna-se inalcançável às transformações vindas do toque alheio. Pois quem a gravou faz com que se acredite na impossibilidade de sua remoção. E sendo assim, para que mostrar um corte feio? Permanece desse modo, escondido atrás das horas corridas, dos sorrisos tá-tudo-bem, nem tá doendo tanto assim, eu agüento. Mas eu não agüento nada não. É pura fachada. Eu preciso é de colo. De quem tente tocar ainda que eu fuja. De carinho, preocupação, cuidados. Dedos entrelaçando os meus e outros limpando as gotas fugitivas que de vez enquando percorrem o rosto. De palavras que digam que vai passar e de alguém que fique até que passe. Mas você não vê. Ninguém vê. Porque eu oculto tudo isso quando digo que suporto e que sozinha consigo carregar o mundo. Porque quem vê sorrisos acredita em suposta alegria sem arriscar descobrir o que se esconde por trás deles.

“Light up your face with gladness. Hide every trace of sadness. Altho' a tear may be ever so near. That's the time you must keep on trying. Smile!” - Charles Chaplin

24 de outubro de 2011

Fica mais um pouco?.

Ainda está gravado em memórias o seu primeiro olhar que me tocou. Foi o mesmo que antecipou o nosso primeiro beijo e que me fez perceber que eu corria o risco de te querer. Mas era só um risco, e fazia tanto tempo que eu estava sendo bem sucedida em manter inabalado o esquerdo que acreditei que você seria apenas mais um encontro de lábios, mais uns sorrisos que não chegariam a ocupar meus pensamentos por muito tempo, mais uma história que durasse o suficiente para viver apenas em algumas lembranças. Só pude me dar conta do tamanho do engano noite passada quando fomos mais longe que o pretendido. Quando teus olhos fitaram os meus de uma forma tão mais íntima enquanto eu dividia com você algo tão meu, e teus lábios me encantaram com as palavras mais doces que já pude ouvir. Agora eu estou tentando entender onde foi que vacilei. Não planejei me aproximar tanto e te querer bem mais que os limites físicos. Mas se você continuar me encantando desse jeito não saberei não me apaixonar. Complicada essa coisa de dar o coração para quem nem sabe o que fazer com o próprio. Melhor cada um cuidar do seu. Mas então eu flagro você sorrindo para mim e não consigo evitar o desejo de ter isso por mais tempo que o agora. Até mesmo fantasiei como seria se fôssemos além de apenas curtir o momento. Não via ninguém segurando a minha mão em minhas imaginações de futuro há muito. O que você está fazendo comigo? Não precisa responder, apenas não deixa faltar esses nossos sorrisos, o teu abraço-conforto e os beijos que sempre deixam um gosto de quero mais.

“Fica mais, fica mais um pouco, porque muito de você pra mim ainda é pouco.” - CBJr

Inominável.


Eu sei que não adianta, que eu posso buscar novas palavras ou até mesmo inventá-las, nenhuma jamais será capaz de traduzir fielmente o que somos ou o que sentimos. Mas é tudo tão imenso que não consigo evitar te transcrever por entre as teclas, uma vez que te encontro sempre nos meus dias, seja naquela nossa música ou nas outras tantas que com leveza tentam cantar o amor. E hoje amanheci ouvindo uma dessas, logo me veio uma saudade absurda, daquelas que eu só sinto de você, e quis te ter aqui para te abraçar. Não sei se já te contei, mas o seu abraço é um dos mais sinceros que já tive a oportunidade de receber. Quando inicia não dá vontade de por um fim nunca. Assim como seu sorriso, que é o meu preferido disparado. Sendo assim queria te pedir para nunca deixar que ninguém o roube de você, como recentemente fizeram. Saiba que você merece ter os dentes escancarando a maior felicidade do mundo e não é somente por causar as minhas maiores. Você tem palavras doces que tornam qualquer conversa com você uma das melhores do mundo, além de um olhar acolhedor que sempre me traz a certeza de te ter aqui para mim sempre que eu precisar, feito um porto-seguro. E acho que essa é a tua maior virtude, ter esse conjunto de qualidades tão especiais que me fizeram aprender a gostar até dos teus defeitos. Como teus sumiços que me deixam pelos cantos sentindo saudade da tua companhia e das nossas risadas contagiantes. Lembra o que eu te falei em um dos nossos reencontros? Foi a maior mentira de todas! Você não tem sorte de que eu goste tanto assim de você. Você conquistou isso. Cativou-me com tuas atitudes, com teu ombro amigo, com tua incrível capacidade de fazer nascer um sorriso em mim. E isso que vivemos não se encontra em qualquer lugar, tampouco se ganha de qualquer pessoa. O que temos é tão raro que tantas vezes acredito ser único e por isso guardo você com tanto cuidado cá dentro do esquerdo. Enfim, só queria relembrar o que você já sabe. O que meus gestos sempre te dizem e meus lábios nunca cansam de dizer. Tenho o sentimento mais puro do mundo por você. Único, inominável e totalmente teu.

17 de outubro de 2011

Criando laços.



 
Eu havia decidido não direcionar minhas palavras a você, ou dedilhar entre essas teclas a novidade boa que você tem sido. Não querer esperar absolutamente nada e não “embonitar” demais as sensações foi o único motivo para eu não ter falado ainda sobre esse brilho novo que você colocou nos meus olhos. Eu nunca pensei que conseguiria manter longe do papel algum sentimento, tendo em vista que as palavras sempre foram essenciais para mim, mas ao seu lado deixo de sentir falta delas à medida que as encontro em nossos gestos. Contudo devo confessar que nos últimos dias o amargo das memórias se tornou imperceptível diante do doce dos teus lábios que impregnou os meus. Você não faz idéia das tantas marcas que eu maquio com sorrisos para esconder do mundo os meus medos e sendo assim me surpreende quando você me acaricia com os olhos sem causar dor aonde era sensível a qualquer toque alheio. Ainda há receio diante da intensidade de tudo que estamos vivendo, mas não é de repente que as coisas acontecem. Então, aos pouquinhos você vai afastando essa minha descrença de que o doce possa existir sem trazer o amargo no final. Vai conquistando teu espaço nos meus dias, nos meus pensamentos, me viciando cada vez mais no teu gosto. Até me flagrei com um daqueles sorrisos bobos quando numa noite dessas fui dormir pensando em você. Entre esse turbilhão de sensações que julguei ser loucura, acho gostoso sermos tão nós mesmos um com o outro e tenho me feito de vontade de ter aqui perto por mais tempo. Querer teu riso descontraído causando um similar entre meus lábios e os teus dedos brincando de se entrelaçar com os meus têm virado rotina e o teu gosto o meu sabor predileto.

"Criar laços? - Exatamente - disse a raposa. Tu não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens necessidade de mim. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás pra mim o único no mundo. E eu serei para ti a única no mundo... ” (O pequeno príncipe)

1 de outubro de 2011

Sábado à noite.



Onze horas. Você abre a porta como de costume e teu olhar de desejo me invade. Não demora muito até que minhas roupas se espalhem pelo chão do seu apartamento e seus lábios desvendem o meu corpo enquanto os meus te sussurram coisas impróprias ao ouvido. O cansaço mental de um longo dia de trabalho é excedido pelo físico. Nossos corpos relaxam à medida que o encaixe é desfeito e eu suspiro mais uma vez observando o branco do teto do seu quarto. Antes que o sol venha nos comunicar o fim de mais um sábado eu recolho minhas roupas e nos despedimos sem beijos, mantendo distante qualquer romantismo. Minha rotina de fuga da rotina.

Mas uma noite, involuntariamente, foi diferente. Toquei a campainha treze minutos mais tarde. O elevador do seu condomínio estava em manutenção e eu quebrei meu salto ao subir as escadas. E se a diferença se restringisse a tais fatos respiraria aliviada sem que a inquietação me roubasse o fôlego. Você abriu a porta como de costume, mas me recebeu com olhos de saudade. Assustei-me. Procurei desejo no fundo de tuas pupilas e sem encontrar tratei de provocá-lo. Encharcamos os lençóis da sua cama com suor e tesão. Suspirei, dessa vez aliviada, e ao observar seu teto notei o tom amarelado que roubara a brancura. Meus músculos enrijeceram percebendo o passar do tempo e os seus olhos fixos em mim. Vir-me-ei para você e nossos olhares se encontraram. O afeto trasbordava o castanho dos seus olhos gritando-me que você havia quebrado o nosso pacto. Devíamos ser fuga carnal com abandono total de sentimentos doces e não essa contradição estampada em seu rosto. Não havia tempo em nossas agendas nem mesmo para a medida correta de horas de sono, tampouco para complicações emocionais.

Fechei meus olhos para fugir dos seus e busquei meu vestido sem demora. “Eu te amo”. “Você viu onde eu coloquei meu vestido?”. “Você me ouviu? Eu te amo”. Eu havia escutado, ainda que me fizesse de desejos de ter perdido a audição naquele momento. Que maluquice era essa sobre amor? Fiquei muda. Ele também. “Já está tarde, é recomendável que eu vá embora”. “Eu te amo.” Ele repetiu. “E a promessa de sermos simples?” “É bem simples, eu te amo!” “Pare de dizer isso!” Descontrolei-me. Mais silêncio. Custou algum tempo e cicatrizes no peito para eu conseguir separar sexo de amor e agora que enfim eu havia conseguido ele queria juntar as duas coisas de novo? “É perigoso confundir as coisas.”. “Não estou vendo confusão nenhuma.”. “É só sexo.”. “Não mais.”. Mais silêncio. “E o nosso acordo?” Perguntei enquanto buscava na memória quando foi que este havia chegado ao fim. Ele não se demorou em me contar. “Acabou assim que o seu perfume fixou-se em minha memória e meus lábios pronunciaram seu nome num bar qualquer após alguns copos de wisky ou vodka. Não me recordo muito bem da bebida, mas não consigo me esquecer da forma tão mulher que você mordisca o lábio inferior ao sentir desejo e de como fica tão menina ao sorrir.”

Achei meu vestido. “Aonde você vai?”. Não respondi. Continuei indo em direção à porta. “Fica?”. Ele banhou a voz em carinho-tristeza. Eu parei. Questionei-me o porquê de ainda estar ali. Minha hesitação me contou que os laços prometidos haviam sido desfeitos não somente por ele, mas também por mim. Fui embora. Não podia ficar. Mas descobri naquela noite a ainda existência de um músculo que eu pensei não ter mais.

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