Todos os textos deste blog são de minha autoria, quaisquer textos, frases, ou expressões de qualquer outra pessoa, virão em itálico ou com créditos.

30 de junho de 2011

Quando alguma coisa acontece.


Você conhece alguém e tudo bem, não há nada de errado em conhecer novas pessoas, mas então alguma coisa acontece. Não se sabe exatamente a forma com que acontece, se é rápido ou lento. Sabe-se apenas que é intenso. Penetra teus muros de proteção e destrói o teu mudo de certezas. De repente você não se importa se está sentado num sofá, num banquinho desconfortável de praça, ou até mesmo de pé, desde que esteja com esse alguém. Você começa a sorri sem motivos aparentes, e não somente com os lábios, mas com os olhos que ganharam um brilho estranhamente singular. Então ele passa a ocupar sua mente quando vai dormir, depois também quando você acorda e quando você se dá conta ele esteve na sua cabeça o dia todo, todos os dias. Aí já era. Não adianta fingir que não liga, que é coincidência porque quando o telefone toca o coração quase escapa pela boca e é a voz dele que o seu ouvido busca enquanto seus lábios reaprendem a dizer ‘alô’. E se não for ele do outro lado da linha hoje e amanhã e depois de amanhã e na semana ou mês que vem o pulsar descompassado que te roubava o sono vai se tornar lento, doído e sem outra cura se não a voz, o toque, o olhar dele. Então você se esquece dos conceitos formados, do orgulho e corre atrás do seu sorriso ainda que através do dele. Porque alguma coisa aconteceu quando seus olhos se cruzaram ou quando ele tocou sua mão naquela primeira vez. E quando acontece... Ah, quando acontece: aí já era!

29 de junho de 2011

Deve ser.


Deve ser porque você inventa um sorriso para minhas piadas mesmo sendo ruins. Deve ser porque você veste jeans com all star e me empresta seu abraço quando eu estou com frio. Deve ser porque você não me manda rosas, mas aparece de surpresa numa dessas tardes que eu quero sumir do mundo e faz o mundo sumir. Deve ser porque teu gosto não sai da minha boca. Deve ser porque você segura minha mão ao andar do meu lado. Deve ser porque teu perfume impregnou minhas roupas, minha memória. Deve ser porque você pergunta como foi o meu dia e pára para ouvir. Deve ser porque você não gosta dos mesmos filmes que eu, mas esconde e os assisti comigo. Deve ser porque você diz que eu estou bonita sempre que nos vemos. Deve ser porque você me manda mensagem dizendo que esta com saudade e me liga em seguida para ouvir minha voz. Deve ser porque você diz que vai dar tudo certo e faz de tudo para que dê. Deve ser porque você não sabe fazer se quer um miojo, mas delicia-me com beijos demorados. Deve ser porque você me olha diferente e sem pressa. Deve ser porque numa noite de segunda paramos para olhar as estrelas. Deve ser o porquê eu gosto de você. Deve ser.

16 de junho de 2011

Ponto final.

Publicar um texto é um jeito educado de dizer "me empresta seu peito porque a dor não tá cabendo só no meu".

Eu nunca entendi o porquê do fim. Nunca encontrei ninguém que me explicasse a necessidade de um término. Como um texto que carrega alegria em cada palavra precisaria encontrar um limite? Como você que trazia sorrisos em todos os dias precisou encontrar um triste ponto final? Acredito que depois deste ponto você descubra um recomeço, com felicidades imensuráveis, com o dobro das que você nos proporcionou aqui. Não há dúvidas que você seja merecedora do mais doce brilho nos olhos. Mas para quem fica antes do ponto, neste lugar que por tanto tempo você fez mais belo, um recomeço sem teu carinho e motivação não é somente difícil, é indesejável. Amanhecer sem te encontrar durante o dia ainda é inaceitável. Lembro-me que da última fez que o fim visitou um dos que moravam em meu peito foram os seu braços que me guardaram e suas palavras que aliviaram minha dor. Mas agora não encontro seu abraço, só a sua voz silenciosa que amplifica o grito do esquerdo. Noite passada meu travesseiro não conseguiu ocultar o som das lágrimas incessantes e se não fosse aquela pílula, estas teriam afastado o sono até encontrar o sol. Sua ausência dói e dilacera cada pedacinho de mim. Por mais que nos últimos dias você dormisse ao som do bip daqueles aparelhos, muita esperança me fazia acreditar que seus olhos castanhos chocolates logo me olhariam com a sua luz de sempre. Mas o bip cessou e os seus olhos não abriram. Então eu fui pra sua cozinha por não conseguir respirar na sala entre tantas lágrimas daqueles que assim como eu não aceitavam você partir assim. Lembrei-me da última vez que estivemos ali, no natal. Você havia preparado uma mesa farta e sem esperar o relógio badalar meia-noite, nos havia feito comer cada prato que só você sabia preparar. Ainda estava pendurado na parede o presente que eu te dei naquela noite e foi doído lembrar do seu sorriso ao recebê-lo pois agora eu só o veria novamente em memórias. Vieram-me todas as nossas lembranças, minha infância nessa casa com você brigando comigo e me mimando. Lembra que nessa mesma época, quando eu ainda era um tiquinho de gente, te chamava de mãe e os outros me corrigiam repetindo: ‘diz titia, ela é sua titia’? Então, eles estavam errados. Nosso coração reconhecia aquele amor todo e sabia desde cedo que você era a minha mãe. Hoje eu acordei e a primeira coisa que fiz foi sentir a sua falta. Sei que você sabia disso, mas só queria te dizer mais uma vez: Eu te amo, mãe!


9 de junho de 2011

O brilho que se esqueceu de acontecer.



Venha agora, não espere o músculo, a piada, o botão, o calo, a saudade, o arrependimento, o vazio. Eu preciso sentir que você ainda sente, eu preciso que o seu coração dê um choque no meu. (Tati Bernardi)

Eu queria saber te falar, sem receio algum, meias palavras, rosto corado ou tristeza tornando o peito pequeno, o quanto é imenso esse sei lá o quê que nasceu em mim. Te fazer entender que ele não mudou depois desses caminhos opostos que seguimos e que nos trouxeram aqui, para um caminho similar outra vez. E por último, talvez mais importante, gritar para você que eu não entendo, nem um pouco, esse seu parecer querer agora e daqui a pouco parecer não querer mais. Mas eu não sei como. Quando eu te olho, nessas raras vezes que nos encontramos, fica um nó na garganta impedindo até mesmo o ar entrar. Eu fico um tanto boba e esqueço-me do que sufoca as palavras, já dispensáveis perante o sorriso que você inventa em minha face. Mas então você vai embora, nosso tempo sempre curto, e o nó da garganta aperta também o peito. Lábios amigos sussurram-me para disfarçar o brilho dos meus olhos e alertam a ausência do mesmo nos seus. Você parecia tão alegre. Já não sei mais se era felicidade sua ou a minha, grande demais, sendo suficiente para nós dois. Teu sentimento no papel é tão bonito, entretanto às vezes você se esquece de praticá-lo. Triste, não? Ver tantas possibilidades de sorrisos sendo esquecidas por aí. Estou cansada do que inverte sorrisos, do que traz esse nó e impossibilita o sentimento sair do esquerdo. Há tanto precisando dos meus pensamentos enquanto eles focam no não-brilho do seu olhar. Vou deixar de pensar, de tentar. Acho que algo assim como o que faz morada em mim devia expandir doçuras ao invés de prendê-las.

Que teu olhar acenda ou que o meu enfim se apague.

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