Você conhece alguém e tudo bem, não há nada de errado em conhecer novas pessoas, mas então alguma coisa acontece. Não se sabe exatamente a forma com que acontece, se é rápido ou lento. Sabe-se apenas que é intenso. Penetra teus muros de proteção e destrói o teu mudo de certezas. De repente você não se importa se está sentado num sofá, num banquinho desconfortável de praça, ou até mesmo de pé, desde que esteja com esse alguém. Você começa a sorri sem motivos aparentes, e não somente com os lábios, mas com os olhos que ganharam um brilho estranhamente singular. Então ele passa a ocupar sua mente quando vai dormir, depois também quando você acorda e quando você se dá conta ele esteve na sua cabeça o dia todo, todos os dias. Aí já era. Não adianta fingir que não liga, que é coincidência porque quando o telefone toca o coração quase escapa pela boca e é a voz dele que o seu ouvido busca enquanto seus lábios reaprendem a dizer ‘alô’. E se não for ele do outro lado da linha hoje e amanhã e depois de amanhã e na semana ou mês que vem o pulsar descompassado que te roubava o sono vai se tornar lento, doído e sem outra cura se não a voz, o toque, o olhar dele. Então você se esquece dos conceitos formados, do orgulho e corre atrás do seu sorriso ainda que através do dele. Porque alguma coisa aconteceu quando seus olhos se cruzaram ou quando ele tocou sua mão naquela primeira vez. E quando acontece... Ah, quando acontece: aí já era!
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