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1 de março de 2011

Depois que o sol se pôs.

Querido A.

Não sei exatamente o que nos trouxe até aqui. Na verdade não sei nem onde estamos. Tantos anos com sua amizade doce ao lado, multiplicando minhas alegrias e dividindo as minhas dores, que o peito aperta ao cogitar amanhecer sem sua voz me cantando o bom dia rouco de sempre. Você sempre foi especial para mim, desde aquela noite em que seu sorriso tímido pediu permissão para fazer o meu surgir, sem saber que há muito meus sorrisos vinham refletindo o seu. E fomos nos tornando essenciais um para o outro sem nos darmos conta, mesmo que a saudade em poucos dias de separação viesse nos contar que já morávamos um dentro do outro. Mas só agora vendo a distância crescer entre nós que notamos o quão somos importantes e acredito que esse pulsar doído que habita meu peito também faça morada no seu. Eu não sei o que nos levou àquilo. Se foi o termino do seu namoro mesclado com minha carência acentuada. Se foi nossa conversa sobre relacionamentos complicados em contraste com a nossa relação simples de sorrisos fáceis. Ou se foi o sol que resolveu se pôr bem ali na nossa frente enquanto as palavras cediam lugar ao silêncio. Mas também não creio que agora importe. Só queria que você soubesse que não ausentarei a distancia entre nossos lábios outra vez, desde que você ausente esta que nasceu entre nós. Eu consigo ignorar a inquietação das borboletas e o ‘e se’ que tem roubado meus pensamentos ao nos fantasiar de outra forma, mas é impossível ignorar a falta enorme que você faz nos meus dias, na minha vida...

Com o esquerdo comprimido
sua eterna bailarina.

PS.: Não ligue para a saudade que marca o papel com sal, quando reli a carta ela atravessou os olhos inevitavelmente. E vê se volta logo, por favor.

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