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14 de março de 2011

Noites de sexta.


A imagem dela mordiscando o lábio inferior ao se deparar com a indecisão de qual filme veriam levava um sorriso malicioso aos lábios dele. Encontravam-se todas as sextas à noite depois do trabalho. Eram um para o outro como a fuga do mundo. E tinham somente aquele intervalo de tempo entre as realidades, as noites de sexta. ‘Nenhum’, ela decidiu depois de meio minuto. ‘Não quero desperdiçar nosso pouco tempo com filmes’, disse certa e um tanto insegura à reação dele. ‘Concordo’ ele disse em seguida. Não achava que o filme seria um desperdício, da mesma forma que qualquer coisa ao lado dela não seria, mas sabia uma melhor forma de aproveitar aquela noite. Um beijo selou a decisão de irem para a casa dele. As horas giraram os ponteiros com velocidade de coisas boas, rápidas demais. Com o fim já próximo ela confessou entre rodeios e meias palavras que quando em quando pensava nele. Todos os dias. Ele sorriu aliviado ao constatar que não vivia aquela loucura sozinho, que ter ela nos pensamentos não era ao todo tão incomum. Ela mantinha os olhos mergulhados com timidez num nada menos intimidador. Já era difícil permitir o sentimento fugir pelos lábios, entregá-los no olhar se encontrava fora de cogitação. Ele disse, sem muito enfeite, que não tinha dúvidas que com ela daria certo. Ela sorriu ao dizer ‘um dia’. ‘Um dia’, ele repetiu. E se despediram, com aquele amor ainda não dito comprimindo o peito e um beijo doce que os lábios guardariam por muitos dias e muitas noites, até a próxima sexta.

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