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20 de maio de 2011

Cinza.


O frio invadiu o cobertor por uma fresta e tocou minha pele, arrepiando-me. Já havia me esquecido que além dos limites dos seus braços o inverno se vazia notar. O telefone toca e você sussurra que se eu esquecer o mundo lá fora, ele se esquece da gente aqui dentro. Tudo bem, eu não ia mesmo atender. Abandonar o teu abraço exigia mais forças do que eu tinha no momento. A chuva bate furiosa na janela e eu me concentro nos pingos que percorrem o vidro. Você se lembra de quando nos conhecemos e pergunta se eu lembro também. Faz mais de um ano. Você diz parecer ter sido ontem. Aquele sorriso aberto de menino doce toma seus lábios como naquela noite, me encantando da mesma maneira. Parece que nos conhecemos de longa data, um ano é pouco para tanto sentimento assim. Troveja lá fora e eu te abraço mais forte. Você diz desconhecer meu medo de trovão. Não tenho mesmo, só queria te sentir mais perto. Mas não confesso. Aproveito-me do seu jeito protetor que me envolve no calor do teu corpo e diz estar tudo bem, que estás aqui. Queria que todo dia fosse assim. Esse friozinho de fora me mantendo aquecida dentro do teu abraço. Ficamos calados ouvindo a chuva cair e o nosso pulsar dançar em ritmo igual. Você interrompe o silêncio dizendo que o cinza desse dia chuvoso é bonito. Pensei que não gostasse de cinza. Não normalmente, só quando se misturam com a cor dos seus olhos. Digo-te baixinho que cinza poderia ser minha cor preferida e você sorri. (...)

Um comentário:

  1. Aiai...o que poso dizer...eh apaixonante o modo como vc escreve, parecia que eu tava vendo a cena na minha cabeça..mto lindo! estava com saudades daquui! ^^

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