Todos os textos deste blog são de minha autoria, quaisquer textos, frases, ou expressões de qualquer outra pessoa, virão em itálico ou com créditos.

28 de agosto de 2011

Enquanto durou, foi infinito.


Você sabe que eu não sou de fazer rodeios, então direi de uma só vez: Não nos amamos mais. Ainda há carinho e bem-querer, mas isso é coisa de amigo. Tudo bem que em noites frias buscamos o calor do corpo do outro enquanto nossas pernas se confundem e nos perdemos entre os lençóis. Mas não há mais nada além de tesão. O que antes era amor agora é só sexo. O nosso eu te amo ficou mais comum que o bom dia do porteiro do condomínio. As borboletas fugiram pela boca enquanto bocejamos pelo tédio que se tornou o nosso relacionamento. Entendo que tudo um dia vira rotina, mas já não sentimos saudades um do outro e confessemos que há uma pitada de alegria quando o trabalho ou alguma outra coisa nos mantém distante por mais tempo que o normal. Sabe, tudo passa. Os dias passam, os momentos passam, as pessoas passam. E nosso amor passou. Não é que não tenhamos dado certo. Demos e muito, por todos esses anos que eu te quis até mais que a mim. Talvez você duvide que tenha sido amor já que não foi para sempre. Mas não temos mais dez anos para nos magoarmos com um fim diferente dos contos de fadas. Amor é ser o chão do outro, gravar os detalhes, dividir as lágrimas e multiplicar sorrisos. Logo, inegavelmente fomos amor. E eu devo a você minhas lembranças mais doces. Contudo agora vivemos apenas disso, de lembranças. Admitir o fim nunca é fácil, então encaremos dessa forma: nós vamos continuar. Serei sua companheira para qualquer hora da mesma forma que venho sendo, teremos apenas vidas separadas. Você terá um apartamento todo para sua bagunça sem minha voz reclamando da toalha molhada na cama e poderá ter o cachorro que sempre quis, mas não teve devido à minha alergia. Seu nome continuará no meu plano de saúde como quem chamar em caso de emergências, porque ainda confio em você mais do que em qualquer outro. Em meio à correria dos dias nos esbarraremos pela rua e almoçaremos de vez enquando para reclamar da vida. Será diferente, mas garanto que melhor. Mesmo não sendo mais “nós”, continuaremos sendo eu e você.

“Eu não sei se rosas vermelhas ou qualquer metáfora podem resumir o amor, mas quando penso em amor, vejo que ele deve ser transformador. Depois de você, eu mudei, isso é fato e como aconteceu ou quanto durou, não importa.” (Gabito Nunes)

27 de agosto de 2011

Desculpe-me pela última vez.





 
“Então aqui estou eu engolindo o meu orgulho
Parada na sua frente dizendo
Que sinto muito por aquela noite”

Não feche a porta. Ainda não. Escute antes o que eu demorei um tempão para admitir e mais um pouco até vir te dizer. Depois eu vou entender se você ainda quiser virar as costas. Eu sinto sua falta. E não há um dia que eu não pense em você ou uma noite em que eu não me arrependa da nossa última. Eu senti medo e o escondi atrás da falta de tempo para algo a mais e das nossas idades de curtir cada momento como se fosse o último. Por favor, não me olhe desse jeito. Eu sei que eu mereço, mas dói feito um corte profundo uma vez que antes seus olhos refletiam alegria-amor. Você ainda me ama? Porque eu ainda sim. Sei que duvidas que houvesse tal sentimento naquela época, imagine agora. Mas se eu não sentisse cada centímetro do meu corpo arrepiar à cada lembrança nossa, se o seu silêncio não ocupasse cada canto do meu quarto, se você não tivesse se apoderado de cada pensamento meu da mesma forma que fizeras com meu peito, eu não estaria aqui. A liberdade não é nada além de saudades de você. Desculpe-me pela falta de tato nessa coisa de amor, é tudo muito novo para mim. Perdoe-me pela burrice de ter deixado o seu amor me escapar pelos dedos enquanto eu te dava adeus. Eu voltaria atrás sem pensar e em todas as vezes que penso se eu pudesse. Prender-te-ia entre meus braços num daqueles abraços tão nossos e te contaria do amor que me assusta. Não há mais aquele medo diante deste de ter te perdido. Eu queria ter percebido antes o quanto eu amo você.

Inverta meu sorriso.


Encare o castanho dos meus olhos e me invada com o azul dos seus, como se penetrasse no meu íntimo, repousando em minha alma e então grite palavras afiadas que me corte inteira por dentro, em mil pedaços, de tal forma que não haja como reconstruir. Não, essas pequenas coisas, como sumir de vez enquando e esquecer-se de ligar, não funcionam. Dessa maneira, você alimenta essa esperança boba que espera você voltar e o telefone tocar. Faça uma coisa muito ruim, que dilacere o peito tão impiedosamente que o perdão se perca. Mostre-me que você não se importa. Vamos, ainda está no início, ainda há tempo. Faça algo logo, sem pensar, que destrua minhas ilusões e que me impeça de sentir todo esse amor por você. Não espere cada milímetro do meu corpo se viciar no seu gosto. Não me encante com suas confissões românticas. Conte-me que estas chegaram aos ouvidos de tantas outras. Não faça com que eu me sinta a única. Você está agindo errado. Está fazendo com que eu pense em você com um sorriso enfeitando os lábios antes de dormir. O travesseiro está seco, não está vendo? Transbordando apenas sonhos e planos nos quais somos protagonistas. Estou em suas mãos e você ao invés de fechá-las e me esmagar, apenas me acaricia como se sentisse amor.

"Com tanto potencial pra acabar com a minha vida, sabe o que ele quer? Me fazer feliz. Olha que desgraça. O moço quer me fazer feliz. E acabar com a maravilhosa sensação de ser miserável. E tirar de mim a única coisa que sei fazer direito nessa vida que é sofrer. Anos de aprimoramento e ele quer mudar todo o esquema. O moço quer me fazer feliz. Veja se pode." (Tati Bernardi)

23 de agosto de 2011

Você me faz querer dizer sim.



Você tem um sorriso lindo e sabe fazer um biquinho tão fofo que me derrete toda. E foi reparando nessas coisas ridículas que só sentimos quando estamos apaixonados que eu me dei conta das tantas porções de coisas que em ti são opostas a mim e da possibilidade de não darmos certo. Não dar certo é a lei da vida, a história de ser igualmente proporcional, que as chances para dar errado são somente 50%, é lenda. 99% explicitariam melhor os fatos. No entanto esse não é o problema, já estou ciente faz tempo de tal probabilidade. O grande caso está em não darmos certo diante desse brilho nos meus olhos quando vejo você. O que eu vou fazer com esse monte de coisas que eu aprendi sobre você? E com isso de eu ter criado um carinho especial por elas? Não sei, não tenho o manual de instruções ou um guia para quando as coisas dão errado. Mas eu sei que vai doer ter que me desfazer dos seus detalhes. Então eu evito pensar em ti, porque sem querer surge aquela vontade de fazer mil coisas com você e a imaginação constrói planos para um futuro doce no qual nossos dedos estão entrelaçados. “Pisa no freio”, alerto-me. Mas estivemos parados tanto tempo, esperando o momento certo, que o acelerador nunca esteve tão atraente. Eu quero você mesmo, não dá mais para esconder ou conter esse sentimento que confessei ser amor. Há algum tempo venho fielmente seguindo a filosofia de liberdade, mas agora me pego com um sorriso nos lábios ao ser tão tua. Está tudo bem, Clarisse me contou que liberdade mesmo é ter um amor para se prender. E eu estou, inegavelmente, algemada.

4 de agosto de 2011

Sobre o que eu não sei te dizer.



Eu tinha a intenção de te ligar agora, pequena, como no fim de toda noite, e te falar coisas que não te contei nas ultimas conversas, embora faça tempo que eu queira te dizer. Toda vez que surge uma brecha entre nossos assuntos cotidianos e o silêncio me sussurra “é agora”, eu respiro fundo e penso em como começar  te falar essas coisas que não se dizem costumeiramente, mas que há tanto vem roubando meus pensamentos e fazendo um nó na minha garganta. Só que eu nunca encontro um começo, entende? Não sei se devo iniciar descrevendo o teu sorriso doce que segue aquele “oi” com uma empolgação tão tua enfatizando o “i” em todos os nossos encontros. Ou se antes devo confessar que ainda não descobri como conter o meu sorriso bobo quando você está por perto. Eu já perdi as contas das tantas vezes que você joga a sua franja para o lado, depois a traz para o mesmo lugar e depois a joga para o lado de novo, não satisfeita com o resultado. Você repete tal ação exatamente da mesma forma inúmeras vezes em poucos minutos, e eu ainda assim fito cada detalhe em cada repetição. Já não sugiro mais que você prenda ou a deixe crescer, você, embora demonstre o contrário, responde todas as vezes que gosta dela assim seguido por um sorriso que impede qualquer contestação. Tudo bem, acredito que sentiria falta dessa sua mania se a franja te deixasse em paz. Não tanto quanto do seu drama, é verdade. Nunca conheci, em todos esses vinte anos de vida, pequena, alguém com tamanha capacidade de dramatização. Você conseguiria emocionar até aquele segurança que não riu do Freddie Mercury Prateado contando a história daquele seu sorvete que caiu no chão assim que sua língua encostou nele. Juro que só não chorei porque me perdi na imaginação de estar do lugar do sorvete, no entanto isso não vem ao caso agora. O que eu estou tentando dizer é simples, mas se complica quando tenta fugir pelos lábios. Não sei se há palavras que traduzam a paz com a qual eu vou dormir quando a última voz a ouvir é a sua, ainda que no telefone, me desejando boa noite. Acho que não. Não há nenhuma que descreva integramente o charme que embala a sua voz quando você quer conseguir alguma coisa, ficando surpreendentemente ainda mais encantadora. Nenhuma que exprima verdadeiramente o quanto me dói quando a tristeza invade teus olhos chocolates profundos. Nenhuma que explique a fuga do ar dos meus pulmões quando você me abraçou pela primeira vez. Nenhuma que revele o fim do meu sossego ao se deparar com um suspiro seu. Nenhuma, nenhuma mesmo, que exponha fielmente o meu amor por cada detalhezinho seu. E talvez seja por isso que eu não consiga nunca te contar que há muito eu me apaixonei e que me apaixono, todo dia, por você, pequena.

My Bloglist