Todos os textos deste blog são de minha autoria, quaisquer textos, frases, ou expressões de qualquer outra pessoa, virão em itálico ou com créditos.

4 de agosto de 2011

Sobre o que eu não sei te dizer.



Eu tinha a intenção de te ligar agora, pequena, como no fim de toda noite, e te falar coisas que não te contei nas ultimas conversas, embora faça tempo que eu queira te dizer. Toda vez que surge uma brecha entre nossos assuntos cotidianos e o silêncio me sussurra “é agora”, eu respiro fundo e penso em como começar  te falar essas coisas que não se dizem costumeiramente, mas que há tanto vem roubando meus pensamentos e fazendo um nó na minha garganta. Só que eu nunca encontro um começo, entende? Não sei se devo iniciar descrevendo o teu sorriso doce que segue aquele “oi” com uma empolgação tão tua enfatizando o “i” em todos os nossos encontros. Ou se antes devo confessar que ainda não descobri como conter o meu sorriso bobo quando você está por perto. Eu já perdi as contas das tantas vezes que você joga a sua franja para o lado, depois a traz para o mesmo lugar e depois a joga para o lado de novo, não satisfeita com o resultado. Você repete tal ação exatamente da mesma forma inúmeras vezes em poucos minutos, e eu ainda assim fito cada detalhe em cada repetição. Já não sugiro mais que você prenda ou a deixe crescer, você, embora demonstre o contrário, responde todas as vezes que gosta dela assim seguido por um sorriso que impede qualquer contestação. Tudo bem, acredito que sentiria falta dessa sua mania se a franja te deixasse em paz. Não tanto quanto do seu drama, é verdade. Nunca conheci, em todos esses vinte anos de vida, pequena, alguém com tamanha capacidade de dramatização. Você conseguiria emocionar até aquele segurança que não riu do Freddie Mercury Prateado contando a história daquele seu sorvete que caiu no chão assim que sua língua encostou nele. Juro que só não chorei porque me perdi na imaginação de estar do lugar do sorvete, no entanto isso não vem ao caso agora. O que eu estou tentando dizer é simples, mas se complica quando tenta fugir pelos lábios. Não sei se há palavras que traduzam a paz com a qual eu vou dormir quando a última voz a ouvir é a sua, ainda que no telefone, me desejando boa noite. Acho que não. Não há nenhuma que descreva integramente o charme que embala a sua voz quando você quer conseguir alguma coisa, ficando surpreendentemente ainda mais encantadora. Nenhuma que exprima verdadeiramente o quanto me dói quando a tristeza invade teus olhos chocolates profundos. Nenhuma que explique a fuga do ar dos meus pulmões quando você me abraçou pela primeira vez. Nenhuma que revele o fim do meu sossego ao se deparar com um suspiro seu. Nenhuma, nenhuma mesmo, que exponha fielmente o meu amor por cada detalhezinho seu. E talvez seja por isso que eu não consiga nunca te contar que há muito eu me apaixonei e que me apaixono, todo dia, por você, pequena.

Um comentário:

  1. A sua sensibilidade sempre aflorada.

    Saudades!

    Cada repetição, nada mais é, do que a chance do encanto ocorrer novamente, mas, de um jeito diferente.

    ResponderExcluir

My Bloglist