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19 de abril de 2010
Por muito tempo.
Por muito tempo o silêncio consumiu as minhas palavras que eram suas. Por muito tempo fingi esquecer que você passou pela minha vida. Por muito tempo engoli cada sentimento que me lembrasse você, como se eles não existissem. Por muito tempo guardei a chuva da minha alma que me inundava por dentro, para que não molhasse minha face e assim não deixasse transparecer os sentimentos destruidores. Afinal, aquilo não deveria paralisar a minha vida, tampouco a sua. Por muito tempo seguimos com nossas vidas, cada um com suas lembranças, escondidas propositalmente. Mas a vida sempre traz de volta o que deve ser vivido. A hora não foi a melhor, certamente com um atraso imperdoável. O estrago havia sido grande, por mais que tenha sido sem querer. As palavras saíram por entre os lábios, levou com elas os sentimentos sufocados e a chuva guardada. Houve raiva, houve rancor e houve amor. Houve perdão. Palavras minhas se misturaram com palavras suas. Houve entendimento. O tempo não havia se atrasado, havia demorado o tempo suficiente. Mas o melhor que podemos tirar disso tudo é que o “por muito tempo” acabou.
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