Todos os textos deste blog são de minha autoria, quaisquer textos, frases, ou expressões de qualquer outra pessoa, virão em itálico ou com créditos.

28 de abril de 2011

Vem!


Baby, você é como fogos de artifício
Venha e deixe as suas cores explodirem
Deixe todos boquiabertos falando "oh, oh, ooooh"
Você vai deixá-los todos supresos (Katy Perry)

Acorda. Você aí com esse sorriso inverso e olhos foscos. Expõe esse brilho, essa vontade, essa alegria que está escondida dentro de você. Eu sei que há tristeza encharcando o travesseiro em noites frias e que a melancolia do fim não te deixa ver os novos começos. Mas permita que as lágrimas sequem, ou que alguém as seque, e olha pro mundo de novo com curiosidade, com vontade e sorria. Que mal há em mostrar o que de mais belo há em você? Não apague sua luz por um brilho falso. Ele não te roubou a felicidade, ela está bem aí debaixo dessa ilusão de que ele era tudo, que sem ele você é nada. Você é sim, e bem mais que antes. O doce dessa dor, dessa perda, é saber que você agüenta, que está aqui ainda e pode sorrir. Faça com que ele se pergunte por que você ainda está sorrindo. Ele não era sua única chance de ser feliz como parece ser. Abra a janela e veja que aqui fora há mil possibilidades de felicidades, felicidades possíveis, reais. Vem! Venha viver essa felicidade toda, ter novas paixões, conhecer novas pessoas e descobrir o quão babaca você está sendo por deixá-lo borrar sua maquiagem.

27 de abril de 2011

Não é medo do amor.


Você faz caras e bocas enquanto me conta sobre algum acontecimento cômico da sua semana e me faz rir. Eu cubro meu sorriso com uma das mãos ainda que o som em volume máximo escape por entre os dedos. Sua face ganha um aspecto sério e na proporção que a gargalhada se esvai eu pergunto o que aconteceu. Você pede para eu não esconder meu sorriso alegando esquecer-se do seu quando o meu some. Eu bebo a coca que esta no copo que você trouxe para mim e desconverso como se não tivesse ouvido, ignorando o fato de o meu rosto corado ter me entregado há muito. Pergunto se vamos ou não assistir o filme que alugamos e você vai preparar a pipoca enquanto me jogo no seu sofá. Trinta minutos depois estou me afogando em lágrimas com a suposta morte do mocinho e você me abraça, como se estivesse me protegendo, ainda que apenas do meu sentimentalismo bobo. Eu me afasto mesmo sentindo que teu peito me assegura dos meus medos mais profundos, exceto esse de me envolver demais. Com o final do filme e meus olhos já secos, você liga o rádio e coloca o cd com a música que elegeu ser nossa. Tira-me para uma dança e se arrepende, mesmo sem confessar, assim que meus pés desordenados pisoteiam sem dó os seus que nem parecem tocar o chão. Rio sem graça e você ironiza a dança, a música e a voz do cantor em uma das suas piadas me fazendo gargalhar tão largamente que minhas mãos não conseguiram esconder. Você rir também enquanto me beija e caímos no sofá. O sorriso ganha ar malicioso em combinação com as luzes já apagadas. Acordo com seu sorriso doce de bom dia e percebo ser melhor que qualquer café da manhã. Fico com medo. Porque meus lábios têm ganhado muito mais que contrações-sorrisos, felicidade. E o brilho que eu vejo nos seus olhos ao falar sobre mim é o mesmo que vejo no espelho ao me arrumar para você. Porque você me faz sentir que os dias são mais fáceis com a certeza de te ter no fim deles, seja num telefone, num cinema ou no seu sofá. Porque você pulou meu muro de receios e me mostrou o tanto que eu posso gostar de alguém. E que esse alguém pode ser você. E dá medo, muito medo, não do amor, mas de deixar que ele entre sabendo que um dia você possa não estar mais aqui para eu te amar.

25 de abril de 2011

Junto das lembranças bonitas, ficaram as saudades.

“... hoje me peguei com uma saudade enorme de você.. da gente!”
(Tati Bernardi)

Flagrei-me com um brilho nos olhos ao relembrar o doce que era te encontrar em meus dias e do tanto que eu gostava de você pro pouco tempo que tínhamos. Mas perdi o sorriso ao notar o tanto de carinho que ainda tenho por ti e o quão distante estamos. Tento me ensinar a querer menos, esperar menos e sentir menos já que agora somos menos. Mas parece ser uma inteira contradição, tendo em vista que quero mais, e uma pena, uma grande pena, mesmo sendo necessário. Ainda te desejo um bem enorme, e não acredito que isso mude com o tempo, mas tenho limitado os meus desejos a este querer bem. E tudo tem funcionado em conjunto com essa distância progressiva e dias corridos, entretanto as palavras e a saudade vieram de surpresa me despertar pela manhã. Acordei pensando em você, assim como fui dormir noite passada. E senti falta de momentos nossos, embora pareça ser tão errado. Tentei te deixar de lado e ignorar as lembranças bonitas que agora me vêm apenas de vez enquanto, e que mesmo de vez enquanto despertam desejo de serem mais do que recordações...

22 de abril de 2011

Era um momento, agora é para sempre.


“Eu quis ele por uma aventura, uma risada, uma distração. Depois quis o colo dele para sempre.”
(Tati Bernardi)

Nunca me encaixei no grupo daquelas que buscam viver uma grande paixão. Na verdade sempre dei valor ao sono que me visita todas as noites e as certezas que me cercam para trocá-los por coraçõezinhos que dia menos dia se partem e seguem caminhos distintos. Mas é impressionante como me esqueço facilmente de respirar na sua presença. Lembro, ainda que vagamente, que era apenas uma transa, ou duas, por distração, por diversão. E agora me deparo com essa bomba-relógio sentimental, como se a qualquer segundo um eu te amo fosse explodir por entre meus lábios. Era atração e desejo, roupas no chão e lençóis molhados de suor e mais. Beijos sem abraço e sorrisos falhos de ingenuidade. Tudo espontaneamente desfeito com a luz do sol. Então algumas horas passaram a ser a noite inteira, e não sabia como reclamar enquanto a cama me prendia com um devaneio ou um truque novo. Mas passei a dormir em seu peito e seus dedos brincarem com meus cabelos. E não precisou de muito tempo para que da noite você me viesse de dia. Convidou-me para um café e eu não entendi o porquê de não ter conseguido dizer não. Suponho ter sido aquela sua cara de cão sem dono, pedindo “por favor”, alegando ser apenas um café. Naquela época eu não sabia o que mais poderia vir se tudo já tinha vindo antes. Mas hoje te ter constantemente em pensamentos deixa claro que sexo nunca fora a questão, mas o que nascia além, crescendo com rapidez sem igual. E agora, já ocupando tanta parte de mim, as noites se tornaram um detalhe e te ter, mesmo que em um sorriso, se tornou desejo em todas as horas e todos os dias.

17 de abril de 2011

Mulher de fases.


“Minhas vontades, sempre infinitas, passam muito rápido.” (Tati Bernardi)
Eu que sei que no fim, ou mesmo daqui a algum tempo, eu vou te fazer sofrer. Muito. Porque manter-me interessada nunca ultrapassa algumas semanas, com muita sorte alguns meses. Foi assim com os outros e por mais que você diga ser diferente, não é. Eu sinto as borboletas em festa, o sorriso brilhando nos olhos e um eu te amo persuadindo meus lábios. Mas é sempre assim. Hoje eu quero, mas um dia eu acordo não querendo mais. Vou roubar teu sono para me divertir em noites de insônia, cantarei palavras em timbre de eternidade e durabilidade momentânea. Vou te ligar manhosa, pedir abraço e dizer que senti saudades com apenas um dia de distância. Você virá me ver e a voz carente de agora pouco terá ganhado um timbre envolvente e sedutor, porque a menina que queria colo cedeu lugar à mulher com desejos mais exasperados e urgentes. A cama se tornará pequena e não demorará muito para que a casa também adquira adjetivo similar. E quando o sol ocupar o céu te acordarei sem beijos alertando que o relógio diz que você já devia ter ido há muito. Você não vai entender minhas novas palavras em paradoxo com a última noite e me terá em mente entre confusão e desejo. Vai me ligar e eu reclamarei independência. Vai sumir e eu ligarei chorando abandono. Ficaremos nesse jogo de quero-agora-mas-depois-não-quero até que eu me entedie e te diga que não quero nunca mais. Você vai achar que é mais uma fase minha e vai esperar a próxima que nunca chegará. Devolver-te-ei seu coração pelo correio embrulhado em lembranças que preencherão seus pensamentos com melancolia por um tempo que eu não sei. Até que o tempo passe e você veja que as reticências que te fizeram esperar sempre foram o ponto final que suas lágrimas multiplicaram, e que minhas palavras iniciais eram, inegavelmente, verdadeiras.

12 de abril de 2011

Inesperado.



Contaram-me que o amor surge assim: na distração.
E eu andava tão atenta para tantas coisas que me distraí dele.

Pronuncio o seu nome sempre com um sorriso nos lábios, como se a felicidade acompanhasse cada letra, fazendo-me cócegas na ponta da língua ao pronunciá-las. Ou talvez sejam só as lembranças de risos leves, que você trouxe em meio a um turbilhão de confusões. O momento não era um dos mais certo, não havia lua no céu como nos contos banhados de romance, e você não ligou me avisando que viria agora, assim no meio da minha distração. O relógio apressava os dias e roubava-me a noite, não havia tempo para mim, tampouco para você. E eu estava muito bem assim, obrigada. Mas você veio em um sussurro me convencer que amar é uma coisa boa, e pode dar certo. Descontinuou os segundos de uma noite sem estrelas me envolvendo em seus braços, feito protetor, quando eu mais precisava de proteção. Eu receosa e teimosa, ainda tentei te evitar e fingir não te ter em pensamentos mesmo em dias corridos. Entretanto já se via inevitável sua presença crescente em telefonemas, visitas surpresas e dentro de mim. Certas vezes até te comparava com um livro bom: a gente não consegue parar de ler, se atropela nas páginas, esquece do mundo... De vez em quando até promete ''Só mais essa e eu vou dormir'' e lá se vai a madrugada inteira.* Mas se fosse para contar palavras para quem viesse perguntar, mentiria dizendo preferir os dias certos de antes, sem esse monte de sentimentos ocupando espaço demais no meu peito e que nem há tanto sentimento assim ocupando meu peito. Porque revelar amor é difícil e traduzi-lo, sendo tão puro e inesperado assim, é muito mais. Entretanto confesso que toda noite me delicio com lembranças dos tantos momentos nossos enquanto em sonho você vem me visitar.

*Má Midlej

Perdeu-se.


"Não sei onde foram parar aquelas minhas fantasias adolescentes sobre o amor. Acho que elas foram se despedaçando e indo embora junto com cada uma das pessoas que - perdoem-me pelo clichê piegas - partiram meu coração. E o mais ridículo é que mesmo sabendo que elas não passavam de fantasias adolescentes, no fundo eu ainda espero que alguém apareça e me diga "ei, olha o que eu achei na rua, suas fantasias adolescentes; quer de volta?"
(Natalia Klein - Adorável Psicose)

Costumava ter outros olhos, outro coração. Observava a vida através de uma janela com vidro desfocado. Via sorrisos em lábios amargos, amizade em simples conveniência, verdades em palavras invertidas, alma em corpos vazios. E sem desconfiar que a imagem obtida viesse de uma janela caluniadora, confiei meus sonhos aos que com doces sorrisos trouxeram-me salgadas lágrimas. Doei-me e os acolhi. Permitir que a inventiva realidade me cativasse, crescesse em mim. Sentimentos meus foram revelados à ouvidos iméritos e depositados em peitos com ausência de coração. Perdi-me tantas vezes entre abismos aleivosos sem dar-me conta e esta quando se fazia trazia rachaduras ao vidro, ao peito. Com o avançar do relógio e com as folhas do calendário caindo lentamente sobre o chão, a janela acumulou muitas pedras e se quebrou. Junto à ela foram estilhaçados os sonhos, as ilusões, os sentimentos. Houve chuva. Muita chuva até que tudo fosse limpo e os tantos estilhaços fossem jogados fora. E mesmo depois de chover rios, mares e oceanos, nada voltou a brilhar como antes. Depois que um objeto é muito arranhado, independente do quanto você limpe ou tente polir, ele não volta a ser o mesmo. E de tal forma se encontrava a alma, meio fosca, com um, ou dois, ou três cacos de sentimentos perdidos. Depois que a janela-inocência fora quebrada e a visão encontrou o verdadeiro foco, parte do que eu era se perdeu. Fora levada embora pelos que tacaram pedras e fragmentaram a fé, a esperança, o tanto amor. E em dias assim, quando não encontro tais sentimentos ou apenas alguma lasca deles, sinto uma falta doída de mim. Da parte de mim que se perdeu.

10 de abril de 2011

O melhor.


“E no meio da noite, quando eu decido que estou ótima afinal de contas tenho uma vida incrível e nem amava mesmo você, eu me lembro de umas coisas de mil anos e começo a amar você de um jeito que, infelizmente, não se parece em nada com pouco amor e não se parece em nada com algo prestes a acabar.” (Tati Bernardi)

Acredito que assim é melhor. Guardo as saudades num canto do peito já que não consigo jogá-las fora e abro a geladeira como se fosse encontrar lá dentro algo que afastasse o você que há tanto faz morada em mim, ou até mesmo você fora de mim entre a garrafa de coca-cola e a de água dizendo que não vai embora só porque eu disse que seria melhor. É o melhor, mas não é o que eu queria. Num impulso quando a razão se distrai eu digito seu número no visor do meu celular e apago quando a cabeça se dá conta das conseqüências que viriam ao ouvir sua voz, ao você ouvir a minha. Não te queria longe, mas você disse não saber ficar perto quando não seria tão perto quanto o que queríamos e não podíamos. Então ocupo a mente com dias cheios, mas acabo te encontrando vagando meus sonhos em noites vazias. Acordo procurando o abraço que você levou embora e a sua luz azul que me iluminava, mas tua ausência dormindo ao meu lado desperta melancolia. Questiono-me porque a falta transborda pelos olhos se foi o melhor. Repito para o escuro que foi o melhor, é o melhor, enquanto o peito sussurra que esse melhor seja ao contrário.

5 de abril de 2011

Volume.


O ditado de que tudo um dia passa tem se firmado nesses dias curtos. Esta passando, se já não passou. Mas eu confesso que ainda penso em você. Não com a mesma freqüência, já que o tempo se encontra apressado e você desaparecido do cotidiano. Mas ainda penso. E entre esses pensares desatinados quando te encontro numa frase solta ou num filme que você comentou que queria assistir e está preste a estrear, recordo que há pouco coisas assim trariam uma euforia entresorrisos ao saber que te veria em breve, mas agora trazem apenas uma saudadezinha inquieta que martela lembranças. Tudo tem andado muito quieto. O celular, o computador, a sua voz, o peito. E o silêncio, dizem, é o princípio do esquecimento. Havia gritos de palavras acarinhadas e estas foram se aquietando, perdendo o tom, o timbre, virando murmúrios e agora se encontram quase inaudíveis. Não te ouço e nem sei se me ouves mais. Sussurros não alcançam longa distância. E os centímetros do inicio já completam quilômetros. Sobra apenas silêncio e mais silêncio. E é uma pena nos deixar silenciar. Percebi, então, que nos encontrávamos na encruzilhada de que tanto fala Caio Fernando: aumente o volume, ou desligue para sempre...

2 de abril de 2011

Ela é forte, já passou por cada uma, vai sair dessa. Claro que sim, eu pensei, mas em súbito lembrei que um dia, os fortes também desabam.

:'(

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