“Eu quis ele por uma aventura, uma risada, uma distração. Depois quis o colo dele para sempre.”
(Tati Bernardi)
Nunca me encaixei no grupo daquelas que buscam viver uma grande paixão. Na verdade sempre dei valor ao sono que me visita todas as noites e as certezas que me cercam para trocá-los por coraçõezinhos que dia menos dia se partem e seguem caminhos distintos. Mas é impressionante como me esqueço facilmente de respirar na sua presença. Lembro, ainda que vagamente, que era apenas uma transa, ou duas, por distração, por diversão. E agora me deparo com essa bomba-relógio sentimental, como se a qualquer segundo um eu te amo fosse explodir por entre meus lábios. Era atração e desejo, roupas no chão e lençóis molhados de suor e mais. Beijos sem abraço e sorrisos falhos de ingenuidade. Tudo espontaneamente desfeito com a luz do sol. Então algumas horas passaram a ser a noite inteira, e não sabia como reclamar enquanto a cama me prendia com um devaneio ou um truque novo. Mas passei a dormir em seu peito e seus dedos brincarem com meus cabelos. E não precisou de muito tempo para que da noite você me viesse de dia. Convidou-me para um café e eu não entendi o porquê de não ter conseguido dizer não. Suponho ter sido aquela sua cara de cão sem dono, pedindo “por favor”, alegando ser apenas um café. Naquela época eu não sabia o que mais poderia vir se tudo já tinha vindo antes. Mas hoje te ter constantemente em pensamentos deixa claro que sexo nunca fora a questão, mas o que nascia além, crescendo com rapidez sem igual. E agora, já ocupando tanta parte de mim, as noites se tornaram um detalhe e te ter, mesmo que em um sorriso, se tornou desejo em todas as horas e todos os dias.
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