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12 de abril de 2011

Inesperado.



Contaram-me que o amor surge assim: na distração.
E eu andava tão atenta para tantas coisas que me distraí dele.

Pronuncio o seu nome sempre com um sorriso nos lábios, como se a felicidade acompanhasse cada letra, fazendo-me cócegas na ponta da língua ao pronunciá-las. Ou talvez sejam só as lembranças de risos leves, que você trouxe em meio a um turbilhão de confusões. O momento não era um dos mais certo, não havia lua no céu como nos contos banhados de romance, e você não ligou me avisando que viria agora, assim no meio da minha distração. O relógio apressava os dias e roubava-me a noite, não havia tempo para mim, tampouco para você. E eu estava muito bem assim, obrigada. Mas você veio em um sussurro me convencer que amar é uma coisa boa, e pode dar certo. Descontinuou os segundos de uma noite sem estrelas me envolvendo em seus braços, feito protetor, quando eu mais precisava de proteção. Eu receosa e teimosa, ainda tentei te evitar e fingir não te ter em pensamentos mesmo em dias corridos. Entretanto já se via inevitável sua presença crescente em telefonemas, visitas surpresas e dentro de mim. Certas vezes até te comparava com um livro bom: a gente não consegue parar de ler, se atropela nas páginas, esquece do mundo... De vez em quando até promete ''Só mais essa e eu vou dormir'' e lá se vai a madrugada inteira.* Mas se fosse para contar palavras para quem viesse perguntar, mentiria dizendo preferir os dias certos de antes, sem esse monte de sentimentos ocupando espaço demais no meu peito e que nem há tanto sentimento assim ocupando meu peito. Porque revelar amor é difícil e traduzi-lo, sendo tão puro e inesperado assim, é muito mais. Entretanto confesso que toda noite me delicio com lembranças dos tantos momentos nossos enquanto em sonho você vem me visitar.

*Má Midlej

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