Enquanto o sol penetrava a pequena fresta deixada pela cortina e ia iluminando lentamente a sua pele nua que repousava sobre os lençóis da cama, meus pensamentos se perdiam entre as tantas formas que eu poderia te amar, assim, ao mesmo tempo. Já não era novidade o impacto que cada toque seu causava em mim, tampouco a dor que a abstinência do mesmo trazia, entretanto se tornava mais claro a cada sorriso que nascia em meus lábios ao te olhar, que o sentimento havia ultrapassado as linhas do desejo, da pele. A aventura que fora nosso relacionamento no inicio me envolvera de tal forma que agora, com o sol já no céu, com o relógio badalando o dia, o sentimento adquiria contornos contraditórios à simples paixão. Não houve abandono carnal, este ainda acendia desejos, entretanto cedia o lugar principal ao som do seu riso, à sua respiração leve, agora, perdido em sonhos e às batidas do seu peito. E quando paro para pensar sobre essa novidade que vem ganhando mais espaço em mim, vejo que já me acostumei com sua presença ao lado esquerdo da cama, crescendo gradualmente em lado similar no peito. Que o corpo abandona a tensão em um suspiro ao sentir sua presença, como se fosse sinônimo de estar tudo bem ter você por perto. E admito gostar disso, de me apaixonar pelos seus detalhes e admirar os seus atos. De aos poucos me torna tua. Tão tua.
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