E basta eu encontrar o seu olhar parar eu me perder entre todos aqueles sentimentos antigos que renascem a cada toque seu. Não há saída. Como se desde o primeiro dia fossemos destinados, de forma singular, a pertencer um ao outro. E não importa quanto tempo passe, quanta dor surja, a sintonia permanece a mesma: envolvendo um abraço, atraindo um beijo e unindo o que nunca deveria ter se separado. Desfaço-me assim em cada sorriso seu, a cada palavra que sua voz traz aos meus ouvidos e de forma mágica tudo parece nunca ter mudado. E foi o que ocorreu, permaneceu intacta a essência dos sentimentos. Mas agora a cautela ronda qualquer e todo momento. Mesmo sendo impossível eu não me render á tudo que nos envolve, hoje há uma linha que alerta, que relembra o passado e se faz quase impossível de atravessar. E talvez eu acabe me arrependendo de cada detalhe que meus medos e receios têm evitado, mas os tombos trouxeram a razão para frente do coração e a lembrança dolorida sempre freia qualquer impulso. Então embora cada parte do meu corpo queira mergulhar nos seus olhos e se perder em cada momento nosso, eu paro a um centímetro e recuo. Não por não te amar, pois este fato se concretizou e se eternizou, sem consentimento algum, há muito. Mas porque eu não posso, não consigo arriscar perder você outra vez.
"Fácil é abraçar, apertar as mãos, beijar de olhos fechados. Difícil é sentir a energia que é transmitida.
Aquela que toma conta do corpo como uma corrente elétrica quando tocamos a pessoa certa."
(Carlos Drummond de Andrade)
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