E eu procurei em cada palavra sua já dita, em cada dança de olhar e sorrisos ocultos. Revivi lembranças nossas em detalhes, cada pequeno toque, movimento. Trouxe ao pé do meu ouvido a memória do timbre de sua voz que mudava a cada letra, vírgula, ponto. Senti outra vez a intensidade de cada abraço, cada beijo, cada olhar. Reli as entrelinhas. Investiguei os sentimentos. Procurei, procurei, procurei. E nada. Por mais que eu buscasse em cada momento nomeado nosso, em cada sentimento dito por ti meu, em cada linha oculta vista no encontro das almas já perdidas entre minha e sua, eu não encontrei vestígio que me levasse a um nome. Não descobri organização para as letras que diriam o que temos. Inominável ficou, então, o sentimento invisível que nos envolvia. E, por fim, achei melhor assim ficar. Seria somente meu e seu, somente nosso, enquanto não houvesse nome, sendo assim impossível o conhecimento do mesmo por outra via que não fosse o sentir.
“E poderia simplesmente não se chamar
Para não significar nada e dar sentido a tudo”
(Paulinho Moska)
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