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18 de novembro de 2010

Quando há ao lado a amizade.


O mundo às vezes resolve ser avesso ou sou eu que fico o contrário do mundo sem perceber, mas a dor que o oposto causa é de intensidade que não se explica, que mal se consegue sentir. Um dia de sol seguido por um de chuva a gente agüenta, o vôo seguido pelo tombo também. Mas como se sobrevive, mantém os cacos, recém criados, unidos, depois que o antagônico à vida inesperadamente te empurra em um abismo? Eu não sabia e dividia com ele tal ausência de saber. Entretanto ele continuava ali, do meu lado. Ficamos calados. Eu com um nó de sentimentos mal-entrelaçados na garganta e um rio que ia me afogando, que mal cabia em mim. Ele do meu lado, segurando a minha mão enquanto eu me fazia represa, prendia tudo. Perdíamos nossos olhos no horizonte até que os dele me encontraram. Eu permaneci com o olhar perdido, sem forças para encontrar. Prender o que fazia tempestade para sair consumia-me ao todo. Então ele me disse:

- Tudo bem se você chorar, sabe?! Teus olhos ainda que tristes não vão perder esse brilho só teu.

E eu desagüei, por fim, nos braços salva-vidas dele, que me impediam de me afogar.

A dor que se faz imensa já não me engole mais, pois ele está ao meu lado,
dividindo-a comigo, roubando-a aos pouco de mim.
Bastam sete letras e tudo aos poucos vai ficando bem.

a-m-i-z-a-d-e

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