Eu não sumi. Continuo no mesmo endereço, mas parece que você esqueceu o caminho até aqui. E o número do meu telefone. Vez enquanto ele até se pronuncia, mas é tão vez enquanto que eu não fico mais do lado. Então eu resolvi esquecer um pouco também. Mas eu nunca soube ser metade, então esqueci completamente. Você me conhece, eu sempre quero inteiro e quando o tenho quero ainda mais. Mas você me deu tão pouco que virou nada diante dessa minha voracidade. E ficamos assim: você tendo meu tudo e eu o seu nada. Por certo tempo eu até fingi que meu tudo bastaria para nós, mas não bastou nem ao para você. Então peguei de volta. E não me culpe por ter buscado mais em outros lugares. Sua ausência só trazia vazios e deste eu já estava farta. Veja bem, é quase impossível me encontrar completa ao ponto de não desejar mais e você, sem pretensão, conseguiu esvair meus desejos, me transbordar. Virei o peito de ponta cabeça e deixei escorrer essas lacunas de você que ocupavam tanto espaço. Agora, com o esquerdo desocupado, procuro alguém que ocupe a linha telefônica e traga o tu(m)-tu(m)-tu(m) há tanto ausente.
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