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23 de fevereiro de 2011

Para trazer veracidade, fez eco.


As palavras saíam com pouca, se não nenhuma, convicção por entre os lábios há pouco mel e agora um misto de amargura e sal. Ela tentou fazer-se de forte e desviar os olhos para junto desviar a dor, mas foram vãs suas tentativas. Repetiu que não queria mais. Uma. Duas. Três vezes. Para que ele acreditasse. Para que ela acreditasse. Uma mentira dita muitas vezes se torna verdade, ela tinha ouvido certa vez. A alma não comportou as lágrimas, tampouco os olhos. Ele se preocupou e fez aquela cara triste, como se a tristeza dela se estendesse a ele. Ela odiou aquela cara. Quis arrancá-la a bofetadas para se esvair desse sentir que ele se importa. Nunca se importou, por que agora estava sendo diferente? Mentiroso, gritou em mente. Então ele veio com discurso das lembranças. Ela odiava lembranças. A memória nefária o deixara gravado feito tatuagem, com perfeição de detalhes e momentos. Impossível esquecer, ele alegou. O tempo o fará, ela devolveu, ainda que não acreditasse cultivava uma esperança desesperada para que fosse verdade. E você quer? Com os olhos carentes ele questionou. Eu vou, ouviu-se feito eco. Mais de três vezes. Para não ter erro e se tornar verdade.

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