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14 de outubro de 2010

Abismo de memória.

E a cada segundo que transbordava a ausência dela, o medo crescia interruptamente. As lembranças iam se perdendo ao esbarrarem em saudade de um passado que o estilhaçava em dor. Os detalhes iam sendo esquecidos contra o desejo de resgatar, congelar os momentos que consumiam o peito, embora não se fizessem suficientes para reescrever as linhas que traziam luto. O vazio se fazia presente, lembrando-o memórias inesquecíveis. Sua vida ia se esvaindo à proporção que a dor devorava o que antes nomeavam coração e que hoje mudo, via-se similar a um abismo de sentimentos inversos. O tempo apagava-a, mas a dor permanecia desde que ela havia levado a vida dele junto à sua. E por mais que o brilho daquele olhar tivesse se apagado, se via impossível enxergar outros olhos. Lembrava-a antes de respirar, e assim como o ar, a memória lhe escapava por entre os dedos.

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