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11 de outubro de 2010

Espera.


Em seus dedos escorria ansiedade e em sua garganta um nó prendia a voz, com se tivesse engolido algo imensamente grande, incapaz de se digerir, incapaz de caber nela. Mordeu os lábios levemente, imperceptivelmente, tentando inutilmente conter a agitação dentro de si. O vento se fazia gelado, fazia tempestade nas paredes internas e subia ao peito tirando-a o fôlego e dissolvendo-se a cada pulsar. Suspirou. Olhou então, mais uma vez, as horas que haviam corrido menos de um minuto. Procurou ocupar o tempo, que já muito ocupado em arrastar as horas, não se deixava ocupar. Buscou fome, sono e qualquer outra tarefa que a tirasse da necessidade esperar. Esperá-lo. A saudade não cabia nela, não cabia no tempo, não cabia. E então, ela esperava, esperava, esperava.

2 comentários:

  1. gostei de tudo. muito bem escrito, aliás, sempre é assim aqui. Entretanto, esta parte, abaixo, me chamou mais atenção...

    ''procurou ocupar o tempo, que já muito ocupado em arrastar as horas''


    talvez,certamente, deve ser pq por mts vezes torço pra o tempo passar e ele se arrasta dentro de mim, dentro do relógio, das semanas...

    imenso beijo, linda borboleta.

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  2. A espera pode ser dolorosa, mas se faz necessária algumas vezes..
    tudo tem seu tempo determinado para acontecer, faz parte da vida.

    Espero que a espera seja suficiente para você aprender a conviver com ela.
    Lindo blog xará, bjs!

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