“Entre por essa porta agora
E diga que me adora
Você tem meia hora
Pra mudar a minha vida
Vem vambora
Que o que você demora
É o que o tempo leva”
Com o coração na garganta, calava-se. O futuro incerto refletia medo em seus olhos. A esperança percorria suas veias, queimava, ardia, difundia vida pelo corpo a cada segundo em que o peito parecia explodir, e se esvaía mais a cada avançar do tic-tac impiedoso. Havia ansiedade em seus dedos, que em busca de distração brincavam com as passagens, meio amassadas, em suas mãos. Os pensamentos se prendiam ao desejo de ouvir aquela voz suave em tom intenso, de sentir o beijo-calor que a faria rasgar o papel de um novo futuro já amassado entre seus dedos. Ela queria o passado em presente. Queria-o ali, impedindo qualquer passo em outra direção que não a da cama. Entretanto a porta continuava fechada, o telefone mudo e os segundos correndo. (...)
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