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4 de outubro de 2010

Dor materna.

A cama se faz meu porto seguro. Eu me embalo no meu cobertor como se este fosse capaz de me proteger. Proteger-me da dor, da solidão. Ilusão. Entretanto insisto. Passo horas, dias buscando um sonho que nunca vem. Invento o sono e durmo para fugir do que se faz real. O pesadelo só surge quando os olhos buscam luz e pela manhã despertam. Eu continuo envolvida pelo pano-abrigo, que ao passar dos minutos se encontra encharcado, e deixo a tal dor e solidão temida involuntariamente me alcançar. Toma-me cada parte do corpo, sem que eu possa reagir. Eu não posso. Eu não quero. O desejo se esvaiu junto à vida que de mim foi tirada. O querer não percorre mais minhas veias, deu espaço ao sofrer que ácido corrói. As roupas dele, em tons angelicais, se encontram na gaveta ao lado do berço vazio. Então o vazio se torna mais devastador que o ácido que percorre o corpo. O buraco negro no peito que me sugou o coração, agora me suga a alma e a vida vai me abandonando, mais uma vez.


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