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29 de setembro de 2010

O tal amor.

Começa sem nome. Incerto e imensurável. Vai ganhando forma, traçando contornos e conquistando espaço. Sempre imperceptível. Faz nascer uma necessidade mútua pela presença alheia e tantas outras coisas inominadas também, entretanto com intensidade quase, se não igual. E então toma conta, se mostra presente, invade os olhos com um brilho novo. Explode um conjunto de sensações deliciosas. Amizade. Nomeiam-no assim quando se encontra no início. Pois é forte e toda e qualquer pequena coisa se torna satisfatória. E é simples. A amizade se faz tão doce quanto simples.

O tempo, como de costume, vem e consigo traz fala ao peito. O coração aprende a sussurrar, traduz em batidas os sentimentos, às vezes tão intensos encontram somente no grito a saída. E o coração grita. O antes inominado ganha características vitais, se torna voraz. Perde o nome amizade ao deixar de ser simples, se torna algo mais, a mais, demais. O corpo tenta esvair-se dele com palavras, gestos, lágrimas. Entretanto tudo se encontra assustadoramente interminável.

Enfim encontra-se um nome fixo. Este tão forte que certas bocas temem pronunciá-lo. Amor. Demasiado amor. Mais incerto que nunca, já que seu conceito indefinido e camaleão trazem amplas características. Torna-se capaz misturar amizade e paixão. E as estruturas desmoronam, desandam os contornos antes formados. Tudo se torna uma bagunça. O amor se faz tão belo quanto confuso.

E tudo deixa de existir ao nosso redor para existir dentro de nós. Embora confuso, desastroso e voraz, todos querem sentir. E querem muito. Todos querem desesperadamente essa falta de sentindo, busca interminável por sei lá o que. Aquela felicidade lá, inalcançável, proporcionada pelo tal amor.

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