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17 de agosto de 2010

Ainda sinto você.

Ainda consigo sentir sua boca na minha, seu gosto, o calor daquele beijo. Ainda lembro-me de casa sorriso seu naquela noite, dos seus olhares e palavras ocultas. Ainda está marcado em mim o seu abraço inigualável. Quando fecho os olhos ainda vejo os seus olhos, ainda me afogo na lembrança deles. Ainda ouço seus sussurros encantadores que me arrepiavam de uma forma gostosa. Ainda revivo em sonhos o que vivemos ou quase-vivemos. Ainda sinto a doce/amarga ilusão me envolver, me levar. E eu ainda deixo. Deixo as lembranças, a dor, o amor. Deixo eles me entorpecerem até me afogar, até que eu transborde sentimentos. De certa forma te encontro neles, e te tenho mais perto, mesmo que na ilusão e no querer de
voltar naquela noite e te ter mais uma vez.

Eu to com raiva. Raiva de mim, dos meus pensamentos, dos meus sentimentos. To com raiva das palavras. Pois tudo que eu penso, sinto e escrevo se relaciona inteiramente com você. Com o que você causou em mim. Dá raiva admitir que exista tanto de você aqui dentro e que talvez não exista nada de mim aí.

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