- Como assim?
- Os sentimentos irracionais, inéditos, que apenas aquela pessoa lhe traz. Já?
- Acho que não. E você?
- Eu senti.
- E como foi?
- De repente eu estava perdida nos olhos dele. Meu olhar mudou, o ritmo presente no meu peito também. Tudo a minha volta, o tempo, o mundo, deixaram de existir. E os meus lábios foram atraídos como imãs pelos dele, inevitavelmente, por uma força intensa. E quando eu me dei conta, percebi a incoerência do momento, eu parei. Há menos de um centímetro de um beijo. Próximo o suficiente para ouvir e sentir o coração dele pulsar.
- E o que aconteceu?
- Eu deixei passar.
- E como você está?
- Não sei. Desde então, não há mais vida.
"Fácil é abraçar, apertar as mãos, beijar de olhos fechados. Difícil é sentir a energia que é transmitida. Aquela que toma conta do corpo como uma corrente elétrica quando tocamos a pessoa certa." (Carlos Drummond de Andrade)
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