Em noites sem fim nasciam certas histórias e versos entre linhas tortas ao experimentar melodias não ideais ao lado de um copo com Johnny Walker até a boca, o mesmo que vestia a tristeza em traje de gala alegre. O Tempo havia se perdido entre dias, foi abandonado no caminho que se fazia tão extenso como tal. Então surgia a primeira letra, as primeiras palavras e o inicio de uma história que vagava por entre linhas que não lhe davam pista de quando/como viria/seria o fim. E este alfabeto reorganizado certas vezes encontrava gotas salgadas que borravam a tinta vinda da caneta azul e manchavam o papel há pouco branco. A emoção era trazida aos olhos pela embriaguez clara, a visão se tornava turva e as palavras atravessavam as linhas em curvas e espirais angustiantes. Era a história da vida a ser escrita. Destino mesclado com decisões. Ápices de felicidades seguidos por tristeza profunda. Era uma montanha russa incerta, altos e baixos eloqüentes, embrulho no estômago e palavras em voz entre lábios certa horas ríspidos e outras doces. Vôo sem asas, mas com alguns pára-quedas. Linhas e mais linhas preenchidas, transbordando sentimentos. E quando o fim da folha a palavra descobriu, as letras mudaram e se reorganizaram. A vida encontrou o fim da linha, tornou-se morte. Sem vírgulas. Com ponto. Era o fim de mais uma história.
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