"Sabe, eu me perguntava até que ponto você era aquilo que eu via em você ou apenas aquilo que eu queria ver em você, eu queria saber até que ponto você não era apenas uma projeção daquilo que eu sentia, e, se era assim, até quando eu conseguiria ver em você todas essas coisas que me fascinavam e que no fundo, sempre no fundo, talvez nem fossem suas, mas minhas, e pensava que amar era só conseguir ver, e desamar era não mais conseguir ver, entende? " (Caio Fernando Abreu - O Ovo Apunhalado)
Sendo assim eu desejo desamar-te. Ver-te além dos meus sentimentos e de tais fantasias que estes criam e vestem você. Eu quero desamar-te para te amar depois do desamor. Amar-te na essência que só um desamor vê e que esta traga tanta fascinação que de forma instantânea o amor surja com raízes profundas pelo encanto trazido aos olhos, pelo querer, prazer de amar. Eu quero desamar-te para amar quem você é e não quem eu queira que seja. Para amar sua alma nua e tornar eterno o instante que durar esse amor. Eu quero desamar-te, mas apenas para te amar com sinceridade e pureza irrevogáveis. Para fechar os olhos e te ver com alma, além de sentimento. Eu quero desamar-te para, de fato, te amar.
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