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31 de agosto de 2010

Tentar [des]amar.

O vento frio transformava em cristais de gelo a tristeza que a percorria a face. Já havia decidido que o esqueceria. Gritou aos quatro ventos que não o amava mais, todavia o coração a contradizia. Não que ele não desejasse transformar as palavras falsas dita pelos lábios em verdade acolhida pela alma, pois ele já estava exausto e úmido demais. Mas ele não sabia esquecer os sorrisos, apagar os momentos e abandonar os sentimentos enraizados. Era como abrir mão da vida, e doía a cada pulsar. Doía o amar e o tentar desamar. O pulmão rejeitava qualquer ar que não fosse o mesmo respirado pelo causador do amor e obrigá-lo a respirar se tornava mais difícil a cada avançar do relógio. Os olhos se apertavam e escondiam da visão as fotos, as cartas, mas as lembranças permaneciam vívidas. O sono se ausentara por muitas noites e nos breves momentos que surgia era para trazê-la sonhos incapazes de serem reais. E a angustia crescia na mesma proporção da saudade, do não poder saciá-la. Entretanto ela tentava criar vida a cada dia, maquiava um sorriso no rosto que negava toda a destruição que trazia no peito e esperava que nessa nova manhã conseguisse matar o amor dentro de si e renascer.


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