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13 de agosto de 2010

O nosso inverno ensolarado.

Hoje encontrei em memórias antigas um inverno que pertenceu a nós. Surpreendi-me com os sorrisos constantes que você havia trazido aos meus lábios e ficaram guardados. Tanta coisa ficou guardada. Aquele sentimento inocente, bobo, contraditório e feliz também. Empoeirado, mas ainda sim bonito. Quando lembro, ele, ainda, traz aquele brilho aos olhos. E quando falo de brilho aquele dia ensolarado no meio do inverno me rouba os pensamentos. O céu estava nublado com nuvens que escondiam maquiavelicamente o sol, entretanto os seus olhos traziam vida, radiavam tudo em volta. Era incrível a capacidade que tinhas de me fazer sorrir com o olhar. E naquele dia na sorveteria do Sr. João, aconteceu nosso primeiro beijo. Foi enquanto você me olhava que eu me perdi no vermelho que cobriam minhas bochechas que, sem sucesso, tentava esconder o quão grande era o amor que eu tinha no peito e o quão era difícil admitir que fosse inteiramente dedicado a você.

Em silêncio nos olhávamos por cinco, dez minutos
Ela com as mãos na altura dos quadris
Agarrando, torcendo a própria saia
E corava pouco à pouco até ficar bem vermelha
Como se em dez minutos passasse por seu rosto uma tarde de sol
A um palmo de distância dela, eu era o maior homem do mundo
Eu era o sol. (Chico Buarque)

Um comentário:

  1. Sempre tão docil

    Estava lendo aqui, ao som de Legião Urbana, e o pensamento saiu voando. Saiu tão rápido que os sentimentos nem tiveram tempo de perguntar se queria companhia.

    Vc tem uma forma tão singela quanto o seu olhar. Um sonho tão bom de sonhar. Nos permite até poder sonhar.

    Forte abraço.

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