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5 de agosto de 2010

É só um cara.

É só um cara. Como qualquer outro que te para na rua para perguntar as horas, ou o padeiro da esquina com o qual de vez enquanto você compra. Ele tem um sorriso comum, sem aquele brilho espetacular, e um olhar como tantos outros, que escondem tanto e não mostram nada. A voz dele é tão normal quanto à de uma pessoa sem talento vocal. O abraço dele nem faz o mundo parar de girar, o tempo descontinuar os segundos ou todo o resto deixar de existir. Os lábios dele não possuem aquela atração magnética de imãs. E a beleza dele não é biologicamente de parar o trânsito e não possui aquela química extraordinariamente intensa. O jeito dele não te encanta. O toque dele nem ao menos te traz aquelas famosas borboletas ao estomago. Ele nem se faz presente em seus pensamentos, sonhos e desejos. Ele é só um cara. Só um cara. E isso tudo, realmente, seria verdade se você não estivesse, inexplicavelmente, perdidamente, apaixonada.

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