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9 de setembro de 2010

Em silêncio.

E eu descobri que o amor é imprevisível. Quando eu acreditava que nada mais podia fazer este coração pulsar, depois de tantas mortes-amores-cardíacas, ele acelerou descompassado com a sua forma de sorri. E depois daquele êxtase de amar, veio o medo de fazê-lo. Já gritei tanto ao vento a ação amar presente em mim e este por vezes trouxe furacão até arrancar o amor enraizado, que resolvi amar-te em silêncio. Calei, sufoquei, guardei. E mesmo assim ele cresceu desesperado em mim, transbordou o peito, os olhos, a alma. Dei espaço, sem saída, para que percorresse o corpo inteiro e cultivasse sorrisos. Ele foi além e trouxe lágrimas, palavras, outros tantos sentimentos. Eu tentei abandoná-lo, mas meu coração se afeiçoou com a forma que ele o fazia dançar. E até hoje tento me adaptar a essa montanha russa sem fim, e vou deixando, ainda calada, ele te amar mais e mais.

Um dia eu deixo os lábios te contarem em um beijo,
o tanto que, em amor, você existe em mim.

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