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12 de setembro de 2010

Fome de presença.

O peito ardia em saudade e os óculos feito noite escondiam os olhos inchados pelo rio que levaram ao travesseiro na noite anterior. Mesmo com a certeza do encontro de mais um abraço o coração reclamava a solidão imposta pela distância. Não ter o calor do carinho dele fazia com que os dias não tivessem acontecido, passados em branco-frio. Então vinha a ansiedade dominando cada momento, fazendo-a querer acelerar o tempo que arrastado passava por entre os segundos e minutos. E o silêncio que ocupava o lugar da voz sobre o amor que não chegaria aos ouvidos dele. Os olhos buscavam no céu estrelas que substituíssem o brilho do seu olhar. No radio tentava sintonizar uma estação que trouxesse músicas aveludadas como o timbre único de sua voz. E não importava o quanto ela comesse, o vazio permanecia firme dentro dela, ou o quanto ela buscasse distrações, a dor pulsava em cada lembrança. Era necessário sentir o toque suave de suas mãos para que tudo fosse envolvido em paz. Era necessária sua presença para ausentar a fome inquieta da alma.

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