Ela não conseguia olhar o mundo da mesma forma. As luzes se encontravam apagadas e só se via escuridão. Tão inverso ao brilho presente em seus olhos antes do amor, que refletiam luz-vida. Hoje a verdade era lenda para ouvidos acostumados com palavras enfeitadas com falsidade. Os lábios antes doces se banham em similar amargura de falsas verdades, agora ríspidos aprenderam a ferir. As mãos que traziam carinho na ponta dos dedos se encontravam calejadas, cortadas, apedrejando antes em tentativa de defesa, sendo a melhor: o ataque. Os pés que tinham passos lentos e descalços em busca de sentir o máximo agora corriam silenciosos, evitando superfície de contato, evitando a dor trazida pelos cacos de desilusões espalhadas pelo chão. E no peito ela trazia um abismo sobras-de-amor que traduzia um infinito, pois quando o coração chovia as gotas pareciam nunca encontrar um fim e permaneciam caindo, caindo, caindo...
Talvez não fosse o amor que tivesse transformado-a
e sim a forma do ser humano amar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário