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2 de junho de 2010

Anjo da noite. I

Ela gritava com ele em silêncio. Discutia, berrava e por fim chorava por tudo que ele havia lhe causado. Estava além de cansada deste coração independente que mais uma vez lhe fazia sofrer por amar quem não devia, quem não merecia. Suas pernas já não lhe sustentavam mais. Sentou-se, então, na beira da estrada com o vestido de festa molhado por lágrimas que viam de dentro e de fora. Abraçou os joelhos e abaixou a cabeça se curvando em um círculo de dor sem fim. A noite a engoliu. Aquele amor de livros de romance que tanto havia lindo não fez jus as suas características. O final feliz não se fez presente. No meio daquela escuridão uma luz forte a encontrou e a fez levantar a cabeça se desfazendo do círculo, porém não da dor. Era o farol de um carro que agora parava ao seu lado e cuspia um homem. Ele se aproximou dela e perguntou o que havia acontecido. As palavras cediam o lugar aos soluços e lágrimas intermináveis. Ele se ofereceu para levá-la para casa, mas este caminho era desconhecido por ambos, já que ele era um estranho e ela era invadida por um sofrer que abreviava seus pensamentos. Então ele se ofereceu para cuidar dela. Ela não hesitou. Nada poderia ser pior que este buraco negro que a sugava rapidamente. Os dois entraram no carro e o motor fez se ouvir. O homem se virou para ela mais uma vez e disse: - Eu vou cuidar de você. Com um último fio tênue de esperança ela se agarrou a aquela promessa e se fez acreditar em cada palavra.

(continua...)

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