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3 de junho de 2010

Anjo da noite. II

Ela olhava à sua volta e encontrava um lugar que estranhamente lhe transmitia tranqüilidade. As paredes eram brancas com exceção de uma que havia sido pintada com tinta areia na cor laranja. Transmitia-lhe calor, aconchego e até, talvez, segurança. O homem desconhecido atravessava a porta e trazia consigo uma toalha azul e roupas masculinas secas. Desculpava-se por não ter roupas menores, mas insistia para que ela as usasse já que a dela estava encharcada. Em seguida saiu pela porta e atravessou o corredor voltando depois que ela estava com as novas vestimentas, trazendo nas mãos duas xícaras de chocolate quente. Ofereceu uma à ela, que aceitou. As palavras recuperaram o lugar antes cedido aos soluços e lágrimas. Agradeceu tímida, em um quase sussurro. Ele sorriu e se apresentou. Seu nome era Lucas. Ela disse que se chamava Luana. Com o nome vieram as lembranças. Lembranças de quem ela era, do que ela viveu, do quanto sofreu e sofria. Tentou guardar as lágrimas, sem sucesso. Sentiu o peito estremecer novamente. Ele sentiu o desespero dela e segurou a sua mão. Ela olhou para ele surpresa. Ele disse: - Vai ficar tudo bem. O coração dela ainda se encontrava esmagado, ferido e abandonado, mas agora ela havia achado o mínimo de força para tentar concertá-lo.

(continua...)

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