A música alta tomava a multidão em animação ardente e movimentos que a acompanhavam. Todos os olhares se direcionavam ao palco e aos produtores da melodia envolvente. Mas por algum motivo os olhares de certo rapaz e certa moça se cruzaram. Ela estava desacreditada no amor e ele nunca havia acreditado. Ela corou com o olhar penetrante dele e ele sorriu. Desviaram o olhar voltando-o para o palco, mas a música não os envolvia mais. A mente dela focava o sorriso dele e a mente dele focava as bochechas coradas dela. Eles lutavam contra a batida incerta de seus corações. Ele se aproximou dela, desistindo de lutar, e de forma sorrateira lhe perguntou as horas. O coração dela acelerou em um ritmo descompassado. Ele repetiu a pergunta pensando que ela não tinha ouvido pela música alta. Ela respirou fundo e respondeu. Ele a convidou para ir para um lugar mais calmo, para conversarem. Ela hesitou. Perguntou para onde iriam. Ele disse que era perto e sorriu. Era notório que com ela, ele já havia sorrido mais do que na semana inteira. Ela corou mais uma vez. Ele pegou a mão dela e juntos saíram dali. Foram para um gramado atrás da casa de show. Eles se apresentaram. Ele se chamava Gabriel, adorava esportes, cursava faculdade de jornalismo e trabalhava como colunista em um jornal. Tinha um sorriso que tirava o fôlego dela, um olhar que a conquistava e palavras que a envolviam. Ela se chamava Marina, tinha um coração dolorido por desilusões, cursava faculdade de administração e trabalhava como dogwalker. Tinha uma timidez que o encantava, um olhar que o fascinava e as bochechas coradas mais lindas que ele já tinha visto. Permaneceram ali, mesmo depois do fim do show, conversando até o nascer do sol. Depois ele a deixou em casa, com o coração apertado por se separar dela e um sorriso apaixonado na frase: - Te pego às oito.
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