Jurei que não te escreveria. Mas a confusão inquieta em meu peito necessitava sair, nem que em poucas palavras, as quais você nunca leria ou saberia da existência. Eu precisava questionar ou até ironizar o que o destino fez com nós dois. É tão estranho que nunca tenhamos nos apaixonado, mas que quando, por fim, o amor resolveu preencher o nosso peito tenha sido no mesmo momento. Porém de tal forma tão maquiavélica que chegou a ser um tanto engraçado. Para quem estava de fora, é válido ressaltar, pois quando se é machucado se torna mais difícil sorrir. Então eu me apaixonei por você e você se apaixonou por aquela lá. Digo “aquela lá” com todo o desdém que a expressão traz, pois sinto raiva e até inveja por ela ter roubado o seu amor de mim. Mas como nada pude fazer ao ver tua felicidade boba de apaixonado de primeira viagem, sufoquei meus sentimentos e os escondi em um lugar perdido, mas que sempre era visitado, no meu coração. Continuei tua amiga e sofri com cada confidência que você me fazia sobre ela e sobre vocês dois. Fui teu ombro, mas com um desejo voraz de ser tuas pernas, teus braços e principalmente teu coração. Com o tempo a dor foi me fazendo esquecer onde eu havia escondido o amor e as visitas aquele lugar perdido foram diminuindo até que se extinguiram. Então você deixou de amar quem você amava e me confessou em uma noite de conversas jogadas fora que o seu coração havia se apaixonado pelo meu. Eu chorei, briguei com a vida e descontei em você todo o ressentimento que a dor de ter te amado havia guardado em mim. Feridos, você foi seguir o seu caminho e eu fui seguir o meu. Hoje, tantas luas depois, encontro seu sorriso perdido numa praça qualquer e me flagro tentando convencer a minha mente que vale a pena resgatar a nossa história de amor, que há tanto o destino nos roubou.
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