Ela não queria vê-lo, já era fato concretizado, pelo menos por enquanto. As palavras já a queimavam, arfavam, arvoravam a garganta sem que os olhares se encontrassem, seria bem capaz que se fosse feito elas cruzariam incontrolavelmente os lábios dela. E ela sabia que estas não deveriam ser proferidas diante de tal situação. Não lhe pertencia a culpa, na verdade seria a melhor hora para culpar o destino, o carma e coisas do gênero. Ela não pediu, ninguém pede algo assim, entretanto acontece e sem ter ao menos aquele fio tênue de esperança que no fim ficará tudo bem. Então não faltaram motivos para que ela amaldiçoasse o amor, e o fez. Maldito, sem que uma parte se ausentasse de tal maldição, fazia-a sofrer maquiavelicamente por amar com o coração, com o corpo e com a alma e não poder amar além, limitando-se à pele que se corroia aos poucos por não poder tocar ou ser tocada. Ela gritava em silêncio, fechava os olhos com força, estremecia o corpo. Permitia sempre que as lágrimas viessem, lavassem a alma. Mas o amor era puro em toda a essência e permanecia quase intacto, mais voraz. Incrédula se pôs a perguntar ao coração: - Como pôde, imperdoavelmente, se apaixonar pelo namorado da minha melhor amiga?
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