Eu me lembro das noites que passamos acordados conversando sobre nada e sobre tudo. Daquele friozinho que eu sentia na barriga sempre que te via no fim da rua caminhando ao meu encontro. E do sabor doce que seus beijos traziam aos meus lábios que deixava sempre com um gostinho de ‘quero mais’. Então me doeu no peito um sofrer intenso e destruidor, pois as minhas frases se encontram no pretérito e eu apenas lembro, não vivo. Por quê? Eu te pergunto. Por que você deixou que todas essas sensações se fossem? Hoje eu faço das lembranças o desejo do hoje, do amanhã. Tento reacender uma faísca que seja daquele fogo que aquecia meu peito nas madrugadas frias. Busco no pretérito que ronda nossa história algo que escreva um belo futuro. E faço sozinha, pois eu não sei quando, eu não sei por quê você deixou sua ausência ocupar um lugar que era seu e somente seu.
Você gosta dele?
Ficamos nos olhando por um longo tempo em silêncio.
- Não sei. – murmurou ela por fim. - Não sei.
- Alguém disse uma vez que na hora em que se pára para pensar
se gosta de alguém, já se deixou de gostar da pessoa para sempre.
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